Breve reflexão sobre anatta

Parem por um momento, observem a si mesmos e procurem o Eu. Onde ele está? Como se parece? Conseguem achá-lo? 
Procurem direito e verão que esse Eu é apenas uma ilusão, que como tudo no universo, somos apenas um amontoado de fenômenos vazios surgindo e desaparecendo sem parar. Não há nenhum Eu, nenhuma alma, nenhum agente que controle e experimente isso, tudo é anatta.
Essas coisas estão diante dos nossos olhos, mas as pessoas não percebem porque estão cegas e iludidas. Muitas pessoas que eu conheço têm o ego tão grande que sequer concebem o universo existindo sem elas. 
Para essas e outras, sugiro uma reflexão sobre estes belos versos do Visuddhimagga.


Nenhum agente das ações é encontrado,
ninguém que colha os frutos;
fenômenos vazios prosseguem:
isto apenas é a visão correta.

E enquanto as ações e seus resultados
seguem sempre de novo, tudo condicionando,
não se encontra um princípio,
como com a semente e a árvore.

Nenhum deus, nenhum Brahma, pode ser chamado
o criador desta roda da vida:
fenômenos vazios seguem,
todos dependentes de condições.

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