As razões para a Preguiça e para o Estímulo da Energia

Muito útil para nossos dias atuais, em que muitas vezes estamos completamente absortos nas tarefas do cotidiano que nos falta tempo e energia para a prática da meditação. 
Essas desculpas para adiar a sua meditação soam familiares: "Estou com muita fome!"; "Estou muito cheio!"; "Estou muito cansado!"; "Estou muito enfermo!" ? Aqui o Buda oferece conselhos sadios de como superar esse tipo de preguiça.
Resumindo o sutta, tudo depende do nosso esforço, nada se resolve com passes de mágica.   


Anguttara Nikaya VIII.80
Kusita-Arabbhavatthu Sutta
As razões para a Preguiça e para o Estímulo da Energia
"Bhikkhus, existem essas oito razões para a preguiça. Quais oito?

"Existe o caso em que um bhikkhu tem algum trabalho a ser feito. O pensamento lhe ocorre: 'Eu terei que fazer este trabalho. Porém quando tiver feito este trabalho, meu corpo estará cansado. Por que não me deito?' Então ele se deita. Ele não faz um esforço para alcançar o que ainda não foi alcançado, a realização do que ainda não foi realizado. Essa é a primeira razão para preguiça
"Existe o caso em que um bhikkhu fez algum trabalho. O pensamento lhe ocorre: 'Eu fiz algum trabalho. Agora que fiz o trabalho, meu corpo está cansado. Por que não me deito?' Então ele se deita. Ele não faz um esforço para alcançar o que ainda não foi alcançado, a realização do que ainda não foi realizado. Essa é a segunda razão para preguiça
"Existe o caso em que um bhikkhu tem que fazer uma viagem. O pensamento lhe ocorre: 'Eu terei que fazer esta viagem. Porém quando tiver feito a viagem, meu corpo estará cansado. Por que não me deito?' Assim ele se deita. Ele não faz um esforço para alcançar o que ainda não foi alcançado, atingir o que não foi atingido, realizar o que ainda não foi realizado. Essa é a terceira razão para preguiça
"Existe o caso em que um bhikkhu foi viajar. O pensamento lhe ocorre: 'Eu fui viajar. Agora que fui viajar, meu corpo está cansado. Por que não me deito?' Assim ele se deita. Ele não faz um esforço para alcançar o que ainda não foi alcançado, realizar o que ainda não foi realizado. Essa é a quarta razão para preguiça.
"Então existe o caso em que um bhikkhu, que tendo ido esmolar alimentos num vilarejo ou cidade, não ganha tanta comida comum ou refinada quanto necessita para se satisfazer. O pensamento lhe ocorre: 'Ao esmolar alimentos num vilarejo ou cidade, não ganhei tanta comida comum ou refinada quanto necessito para me satisfazer. Este meu corpo está cansado e inadequado para o trabalho. Por que não me deito?' Assim ele se deita. Ele não faz um esforço para alcançar o que ainda não foi alcançado, atingir o que não foi atingido, realizar o que ainda não foi realizado. Essa é a quinta razão para preguiça
"Então existe o caso em que um bhikkhu, que tendo ido esmolar alimentos num vilarejo ou cidade, ganha tanta comida comum ou refinada quanto necessita para se satisfazer. O pensamento lhe ocorre: 'Ao esmolar alimentos num vilarejo ou cidade, ganhei tanta comida comum ou refinada quanto necessito para me satisfazer. Este meu corpo está pesado e inadequado para o trabalho, como se eu estivesse com muitos meses de gravidez. Por que não me deito?' Assim ele se deita. Ele não faz um esforço para alcançar o que ainda não foi alcançado, atingir o que não foi atingido, realizar o que ainda não foi realizado. Essa é a sexta razão para preguiça
"Então existe o caso em que um bhikkhu está abatido por uma leve enfermidade. O pensamento lhe ocorre: 'Eu estou abatido por uma leve enfermidade. É necessário deitar.' Assim ele se deita. Ele não faz um esforço para alcançar o que ainda não foi alcançado, atingir o que não foi atingido, realizar o que ainda não foi realizado. Essa é a sétima razão para preguiça
"Então existe o caso em que um bhikkhu se recuperou de sua enfermidade, não muito depois de sua recuperação o pensamento lhe ocorre: 'Eu me recuperei da minha enfermidade,. Não muito tempo depois da minha recuperação o meu corpo está fraco e inadequado para o trabalho. Por que não me deito?' Então ele se deita. Ele não faz um esforço para alcançar o que ainda não foi alcançado, atingir o que não foi atingido, realizar o que ainda não foi realizado. Essa é a oitava razão para preguiça

"Essas são as oito razões para preguiça.

"Existem essas seis oito razões para o estímulo da energia. Quais oito?

"Existe o caso em que um bhikkhu tem algum trabalho a ser feito. O pensamento lhe ocorre: 'Eu terei que fazer este trabalho. Porém enquanto estiver fazendo esse trabalho, não será fácil ocupar-me com a mensagem do Buda. Porque não faço um esforço antecipado para alcançar o que ainda não foi alcançado, atingir o que não foi atingido, realizar o que ainda não foi realizado.' Assim ele faz um esforço para alcançar o que ainda não foi alcançado, atingir o que não foi atingido, realizar o que ainda não foi realizado. Essa é a primeira razão para o estimulo da energia
"Existe o caso em que um bhikkhu fez algum trabalho. O pensamento lhe ocorre: 'Eu fiz o trabalho. Enquanto fazia o trabalho, não pude ocupar-me com a mensagem do Buda. Porque não faço um esforço para alcançar o que ainda não foi alcançado, atingir o que não foi atingido, realizar o que ainda não foi realizado.' Assim ele faz um esforço para alcançar o que ainda não foi alcançado, atingir o que não foi atingido, realizar o que ainda não foi realizado. Essa é a segunda razão para o estimulo da energia
"Existe o caso em que um bhikkhu tem que fazer uma viagem O pensamento lhe ocorre: 'Eu terei que fazer esta viagem. Porém enquanto estiver fazendo essa viagem, não será fácil ocupar-me com a mensagem do Buda. Porque não faço um esforço antecipado para alcançar o que ainda não foi alcançado, atingir o que não foi atingido, realizar o que ainda não foi realizado.' Assim ele faz um esforço para alcançar o que ainda não foi alcançado, atingir o que não foi atingido, realizar o que ainda não foi realizado. Essa é a terceira razão para o estimulo da energia
"Existe o caso em que um bhikkhu foi viajar o pensamento lhe ocorre: 'Eu fui viajar. Enquanto viajava, não pude ocupar-me com a mensagem do Buda. Porque não faço um esforço para alcançar o que ainda não foi alcançado, atingir o que não foi atingido, realizar o que ainda não foi realizado.' Assim ele faz um esforço para alcançar o que ainda não foi alcançado, atingir o que não foi atingido, realizar o que ainda não foi realizado. Essa é a quarta razão para o estimulo da energia
"Então existe o caso em que um bhikkhu, que tendo ido esmolar alimentos num vilarejo ou cidade, não ganha tanta comida comum ou refinada quanto necessita para se satisfazer. O pensamento lhe ocorre 'Ao esmolar alimentos num vilarejo ou cidade, não ganhei tanta comida comum ou refinada quanto necessito para me satisfazer. Este meu corpo está leve e adequado para o trabalho. Porque não faço um esforço para alcançar o que ainda não foi alcançado, atingir o que não foi atingido, realizar o que ainda não foi realizado.' Assim ele faz um esforço para alcançar o que ainda não foi alcançado, atingir o que não foi atingido, realizar o que ainda não foi realizado. Essa é a quinta razão para o estimulo da energia.
"Então existe o caso em que um bhikkhu, que tendo ido esmolar alimentos num vilarejo ou cidade, ganha tanta comida comum ou refinada quanto necessita para se satisfazer. O pensamento lhe ocorre: 'Ao esmolar alimentos num vilarejo ou cidade, ganhei tanta comida comum ou refinada quanto necessito para me satisfazer. Este meu corpo está forte e adequado para o trabalho. Porque não faço um esforço para alcançar o que ainda não foi alcançado, atingir o que não foi atingido, realizar o que ainda não foi realizado.' Assim ele faz um esforço para alcançar o que ainda não foi alcançado, atingir o que não foi atingido, realizar o que ainda não foi realizado. Essa é a sexta razão para o estimulo da energia.
"Então existe o caso em que um bhikkhu está abatido por uma leve enfermidade. O pensamento lhe ocorre: 'Eu estou abatido por uma leve enfermidade. Agora, existe a possibilidade de que piore. Porque não faço um esforço antecipado para alcançar o que ainda não foi alcançado, atingir o que não foi atingido, realizar o que ainda não foi realizado.' Assim ele faz um esforço para alcançar o que ainda não foi alcançado, atingir o que não foi atingido, realizar o que ainda não foi realizado. Essa é a sétima razão para o estimulo da energia
"Então existe o caso em que um bhikkhu se recuperou de sua enfermidade, não muito depois de sua recuperação o pensamento lhe ocorre: 'Eu me recuperei da minha enfermidade,. Não faz muito tempo da minha recuperação. Agora, existe a possibilidade de que a enfermidade retorne. Porque não faço um esforço antecipado para alcançar o que ainda não foi alcançado, atingir o que não foi atingido, realizar o que ainda não foi realizado.' Assim ele faz um esforço para alcançar o que ainda não foi alcançado, atingir o que não foi atingido, realizar o que ainda não foi realizado. Essa é a oitava razão para o estimulo da energia.

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