O poema da libertação dos Khandas

Introdução

Phra Ajaan Mun Bhuridatta Mahathera (1870-1949) foi unanimamente o monge budista mais respeitado na história tailandesa recente. Ordenado em 1893, ele passou a maior parte de sua vida vagando pela Tailândia, Birmânia e Laos, morando quase toda sua vida na floresta, envolvido na prática da meditação. Ele atraiu um grande número de discípulos e, juntamente com seu mestre Phra Ajaan Sao Kantasila Mahathera, foi responsável pelo estabelecimento da tradição ascética da floresta que agora se espalhou pela Tailândia e por vários países no exterior.
Apesar de sua fama como professor, muito poucos de seus ensinamentos foram registrados para a posteridade. Somente um livro curto das passagens extraídas de seus sermões, Muttodaya (Um coração liberto), foi publicado durante sua vida. Seus alunos em geral acreditavam que ele mesmo nunca escreveu nenhum de seus ensinos, mas após sua morte um poema foi encontrado entre os poucos papéis que deixou para trás. Como observou na página final, ele o compôs durante uma de suas breves estadias em Bangkok, no Wat Srapatum, provavelmente no início dos anos 1930. Ele foi aparentemente inspirado em um poema anônimo sobre o tema da meditação escrito e impresso em Bangkok durante esse período, pois ambos os poemas partilham praticamente o mesmo início - as trinta e nove linhas na seguinte tradução, começam por "Uma vez houve um homem que se amou ... ". O poema de Ajaan Mun, porém, desenvolve-se em uma direção inteiramente original e mostra de longe uma compreensão mais profunda do treinamento da mente.
Traduzir o poema apresentou uma série de dificuldades, não menos do que tem sido a obtenção de uma leitura definitiva do manuscrito original. Ajaan Mun escreveu durante um período antes da ortografia tailandesa tornar-se padronizada, algumas das passagens ficaram borradas com o tempo, e alguns parecem ter sido "corrigidos" por uma mão posterior. Outra dificuldade tem sido o problema de encontrar um bom estilo inglês para traduzir a poesia tailandesa, que depende fortemente da rima, do ritmo e de uma sintaxe simplificada, um pouco como a dos telegramas e das manchetes dos jornais. Este estilo dá a poesia tailandesa uma leveza de estilo combinado com uma riqueza de significado, mas frustra qualquer tentativa de definir qualquer mensagem precisa para a tradução - uma excelente lição para quem sente que a verdade é o que é transmitido em palavras.
A tradução que se segue destina-se a ser tão literal quanto possível, embora eu tenha adaptado o texto quando foi necessário para tornar o Inglês inteligível. Como o original alterna entre duas formas poéticas - klon e rai - tentei criar um efeito semelhante em inglês alternando verso em branco e verso livre. O resultado é provavelmente demasiado literal para ser poesia, mas eu sentia que qualquer um que a lesse estaria mais interessado no significado do que nos efeitos verbais. Os exemplos onde tomei a maior liberdade com o texto foram incluídos entre colchetes, como em uma passagem - ironicamente, lidar com o erro de ser viciado em corrigir as coisas - onde a leitura do original parece ter sido adulterada.
O leitor notará que em alguns lugares o poema parece saltar abruptamente de um tópico para outro. Em alguns casos, essas mudanças foram ditadas pelo esquema de rima, mas em outras não são realmente mudanças. Tenha em mente que o poema opera em vários níveis. Em particular, dois temas paralelos perpassam: (1) uma análise do erro externo de focalizar as faltas de outras pessoas em vez da própria, e (2) uma discussão do erro interno da mente de ver (e criticar) os khandhas como que de alguma forma separado dos seus próprios esforços para conhecê-los. As declarações feitas diretamente sobre um nível aplicam-se indiretamente ao outro também. Assim, o poema cobre uma gama mais ampla da prática do que poderia parecer à primeira vista. É um trabalho que recompensa leituras repetidas.
Gostaria de expressar minha gratidão a Phra Ajaan Suwat Suvaco (Phra Bodhidhammacariya Thera) pela inestimável ajuda que me deu ao desembaraçar algumas das passagens mais complicadas do poema. Quaisquer erros que possam permanecer, é claro, são meus.

Thanissaro Bhikkhu
Monastério de Floresta Metta
Valley Center, CA 92082-1409
EUA.

Traduzido do Inglês para o Português por Eurico Braga. 


Glossário

Dhamma: Em geral, esta palavra tem vários níveis de significado: a maneira como as coisas são e por si mesmas, os ensinamentos do Buda sobre o modo como as coisas são, a prática desses ensinamentos no treinamento da mente e a obtenção do Imortal como o objetivo da prática . Neste poema, 'Dhamma' geralmente tem o significado final. Os nove Dhammas transcendentes são os caminhos e fruições de cada um dos quatro estágios do Despertar - entrar na correnteza, retornar uma vez, não retorno, e arahant - além de Nibbana.
Jhana: Concentração; Absorção meditativa em uma sensação física ou uma noção mental.
Kamma: Atos intencionais que levam a estados renovados de vir-a-ser e nascer.
Khandha: Componentes da percepção sensorial: rupa (fenômenos físicos); Vedana (sensações de prazer, dor ou indiferença); Sañña (conceitos, rótulos, alusões); Sankhara (modismos mentais, formações, processos); e viññana (consciência sensorial).

***


O poema da libertação dos khandas
Por Ajahn Mun Bhuridatta Thera




"Sabedoria significa a capacidade e habilidade do coração por si de penetrar em tudo sem exceção - até mesmo em seixos e grão de areia - que possa levar ao surgimento de apegos."

Namatthu sugatassa
Pañca dhamma-khandhani


Eu presto homenagem ao Bem Aventurado,
O Mestre Supremo, O Sábio dos Sakyas,
O Justo Desperto por Si Próprio; &
E aos Nove Dhammas Transcendentes; 
& para a Nobre Sangha.

Vou agora dar uma breve exposição
dos Dhamma khandas,
tanto quanto eu os entendo.

Uma vez houve um homem que se amava
e temia a angústia.
 Ele queria felicidade
fora do alcance do perigo, então ele vagou
infinitamente.
Onde quer que as pessoas dissessem
que a felicidade era encontrada, ele desejou ir,
mas o perambular levou muito, muito tempo.
Ele era o tipo de homem que se amava
e realmente temia a morte. Ele de fato queria
a libertação do sofrimento e morte.
Então um dia ele descobriu a verdade,
abandonando a causa do sofrimento &
as coisas compostas. Ele encontrou uma caverna de maravilhas,
de infinita alegria, ou seja, o corpo.

Enquanto olhava por toda a caverna das maravilhas,
seu sofrimento foi destruído, seus medos apaziguados.
ele olhou e olhou ao redor da montanha,
Experimentando paz ilimitada.

Ele temia que se fosse dizer a seus amigos,
eles diriam que ele tinha enlouquecido. É melhor ele ficar
sozinho, envolvido na paz, abandonando
seus pensamentos de contato, do que andar por aí,
um canalha, tanto criticado & lisonjeado,
exasperado & aborrecido.

Mas então havia outro homem com medo
da morte, seu coração todo murchado e desanimado.
ele veio até mim e falou francamente
em uma maneira lamentável. Ele disse,
"Você fez um esforço em sua meditação
por um longo tempo.
você já viu,
o verdadeiro Dhamma de seus sonhos?"

(Eh! como é que ele conhece minha mente?)
ele pediu para ficar comigo, então eu concordei.

"Eu vou levá-lo a uma montanha maciça
com uma caverna de maravilhas
livre de sofrimento e estresse:
atenção plena imersa no corpo.
Você pode vê-la durante seu descanso para acalmar seu coração
e acabar com seus problemas.
Esse é o caminho da linhagem Nobre.
Cabe a você ir ou não.
Eu não estou enganando ou obrigando você,
Apenas dizendo a verdade pelo o que ela é."
E então eu o desafiei com enigmas. O primeiro:

"O que é que corre?"

"O que corre rapidamente é viññana,
Impulsos mentais andando em uma fileira,
um após o outro. Sem duvidar que os saññas estão certos,
o coração se envolve na correria para lá e para cá.

Saññas agarram as coisas externas
e as agrupa para enganar a mente,
fazendo-a ficar confusa e sair à procura,
vagando sem rumo.
Eles a enganam com vários dhammas,
como uma miragem." 

"O que gera a total libertação dos cinco khandas?"

"O coração, é claro, e o coração somente.
Não se prende nem se enreda.
Sem mais o veneno da possessividade,
  sem mais ilusão,
 ele está sozinho.
Nenhum dos saññas podem enganá-lo a acompanhá-los."

"Quando dizem que há morte, o que morre?"

"saṅkhāras morrem, destruindo seus efeitos."

"O que liga a mente ao ciclo?"

"Os truques de sañña a fazem rodopiar.
A mente erra porque confia em seus saññas,
apegada aos seus gostos,
Deixando este plano de ser,
indo para outro, vagando até que esteja tonta,
esquecendo-se,
completamente obscurecida de si mesma.
Não importa quão arduamente ela tente encontrar o Dhamma,
ela não pode sequer ter um vislumbre. "

"O que investiga o Dhamma?"

"O coração o investiga,
ao tentar descobrir como os saññas dizem 'bom'
E agarram no 'mau'
e forçam-o a se atar em amar e odiar."

    "Comer uma vez & nunca procurar mais?"

"O fim de querer olhar, de saber,
a esperança de saber mais,
O fim da confusão.
A mente senta-se estática em seu trono,
descartando seus apegos."

"Um poço, transbordando?"

"O fim do desejo, abandonando a dúvida,
limpo, sem sujeira, & sem perigo.
Saññas sedimentam-se, saṅkhāras não perturbam-a.
O coração está assim cheio, sem nada faltando.
Silêncio e quietude, a mente
não tem pensamentos lamentadores:
Algo que vale a pena admirar dia após dia.
Mesmo que alguém ganhasse
tesouros celestiais aos milhões,
eles não seriam páreos para o verdadeiro conhecimento
que abandona todos os saṅkhāras.
     A questão crucial: o fim do desejo.
Os rótulos permanecem em sua própria esfera e não se intrometem.
A mente, desembaraçada com qualquer coisa,
para com a sua luta.
Como pegar um espelho para olhar para o seu reflexo:
não se apegues aos saññas,
que são como a imagem.
Não fique intoxicado com os problemas dos saṅkhāras.

"Quando o coração se move, você pode avistar
o coração puro.

Você sabe com certeza que o movimento está em si mesmo
Porque ele muda.
A inconstância é uma característica do próprio coração,
não há necessidade de criticar ninguém.
no movimento da mente.

"Antes, eu costumava pensar que os saññas eram o coração,
rotulando 'exterior' e 'interior',
foi por isso que eu estava enganado.
Agora o coração está no comando, sem preocupações,
sem chances de confiar em qualquer sañña que seja.

qualquer coisa que surja ou desapareça
não há necessidade de ser possessivo com saññas
ou tentar fugir deles."

"Como subir ao topo de uma montanha verdadeiramente alta
e olhar para as planícies abaixo,
vendo todos os seres vivos".

"Do alto, olhando para trás
você vê todas as suas questões
desde o começo,
formando um caminho, como escadas."

"A ascenção & queda do rio harmonizam-se com a verdade?"

"Você não pode remediar a mudança dos saṅkhāras.
formados pelo kamma,
Eles não ferem ninguém.

Se você agarrá-los
e empurrá-los desta forma & daquela,
a mente se torna manchada e errada.
Não pense em resistir
ao jeito natural de todas as coisas.
Deixe o bem e o mal seguirem seus próprios caminhos.

Nós simplesmente libertamos
  a nós mesmos.
Sem envolvimento com saṅkhāras:
isso é o que é pacífico & calmo.
Quando você souber a verdade,
você tem que abandonar os saṅkhāras 
assim que você ver suas mudanças.

Quando você os abandona facilmente,
você os deixa ir facilmente,
sem necessidade de ser forçado.
       O Dhamma está se acalmando.
A mente vai parar
       de ser submetida a coisas".

"Os cinco deveres completos?"

"Khandhas dividem as questões de vir a ser
em cinco reinos,
cada um cheio de seus deveres e assuntos,
Sem espaço para qualquer outro,
Porque suas mãos estão cheias -
nenhum espaço para fortuna, status, elogio, prazer,
perda de fortuna, perda de status, crítica, dor.
Eles deixam cada uma delas seguir sua própria natureza,
Alinhada com sua verdade.
A mente não está enredada
com qualquer um destes oito,
porque os khandhas físicos continuam criando
envelhecimento e doença sem pausa.
Os khandhas mentais nunca descansam.
Eles funcionam como motores
Porque eles devem assumir o kamma
do que eles fizeram:
Coisas boas torna-os encantados e felizes,
coisas ruins agitam e escurecem o coração,
fazendo-o pensar sem parar,
como se estivesse em chamas.
A mente está manchada e aborrecida.
Amar & odiar
são coisas que tem pensado por conta própria,
então quem mais pode culpar?
"Você quer escapar do envelhecimento & da morte?
Está além do alcance de possibilidades,
como quando queremos que a mente pare
de vagar por ai e de pensar,
quando queremos que seja única
e esperamos depender de sua quietude.
A mente é algo que muda,
 totalmente incerta.
Saññas permanecem no lugar apenas de vez em quando.
Ao virarmos sábios quanto a natureza
de todos os cinco khandhas,
A mente será clara & limpa,
livre de manchas, sem mais problemas.

Se você puder conhecer esta maneira,
 é superlativo,
Porque você vê a verdade,
afasta-se,
       e obtém a libertação.
Esse é o fim do caminho.
Você não resiste à maneira natural
da verdade das coisas.
Pobreza & riqueza, bom & mau,
em linha com eventos dentro e fora,
todos têm que passar e desaparecer.
Você não pode agarrar qualquer coisa
que a mente vise.

"Agora, quando a mente é inconstante por conta própria
 - agitada, rápida - e você vê isso,
é quando você encontra o máximo em facilidade.
Pequenas coisas obscurecem o nosso conhecimento do maior.
Os khandhas obscurecem totalmente o Dhamma,
e é aí que nos erramos. Nós perdemos nosso tempo
ao olhar os khandhas para que não vejamos
o Dhamma que, embora maior do que o khandhas,
parece uma poeira".

"Há, não há. Não existe, mas existe".

"Aqui estou totalmente travado
e posso entender.
Por favor, explique o que isso significa.

"Há o nascimento de várias causas e efeitos,
mas eles não são seres,
todos eles falecem.
  isso é claro,
O significado do primeiro ponto:
Há, não há.
O segundo ponto, não há, mas há:
Isso se refere ao Dhamma profundo,
o fim de todos os três níveis de existência,
onde não há saṅkhāras,
e ainda há o Dhamma estável.
Este é o Dhamma Singular, verdadeiramente solitário.
O Dhamma é Um & imutável.
Primando sobre todos os seres, extremamente imóvel.
O objeto do coração imóvel,
        quieto & em descanso,
 calmo & claro.
Não mais intoxicado,
já não febril,
seus desejos todos desarraigados,
suas incertezas derramadas,
seu emaranhamento com os khandhas
tudo terminou e apaziguado,
as engrenagens dos três níveis do cosmos todas quebradas,
desejo arrogante jogado fora,
seus amores levados ao fim,
sem mais possessividade,
todos os problemas curados
como o coração tinha aspirado."

"Por favor, explique o caminho da mente
de outra forma,
& a causa do sofrimento na mente
que obscurece o Dhamma".

"A causa é enorme,
mas, brevemente
               é o amor               
que coloca um aperto no coração,
tornando-o preocupado com os khandhas.
Se o Dhamma estiver com o coração
ao longo do tempo,
esse é o fim do apego,
sem mais motivo para sofrer:

    Lembre-se disso, é o caminho da mente.
Você não terá que se preocupar, 
em girar até ficar tonto.
A mente, quando o Dhamma não está sempre com ela,
fica apegada aos seus gostos,
preocupada com os khandhas,
afundada na causa do sofrimento.

"Então, em resumo, há sofrimento
& há o Dhamma
sempre com a mente.

Contemple isso até ver a verdade,
e a mente estará completamente calma.
Por maior que seja o prazer ou a dor,
   eles não lhe causarão nenhum medo.
Não mais embriagado com a causa do sofrimento,
a ilusão da mente.
Saber apenas isso é suficiente
       para acalmar suas febres,
e para descansar de sua busca por um caminho para a libertação.
A mente que conhece o Dhamma esquece
a mente atada à poeira.
O coração que conhece o Dhamma da calma final
vê com certeza que os khandhas são sempre estressantes.
O Dhamma permanece como o Dhamma,
os khandhas permanecem como khandhas, isso é tudo."

"E quanto à frase,
'Calmo, à em paz, & livre da febre',
Isso se refere à mente que resgatou-se
do erro viciante
[de corrigir outras coisas].

O agregado saṅkhāra não oferece prazer
e verdadeiramente é doloroso,
Pois tem que envelhecer, adoecer e morrer todos os dias.
Quando a mente conhece o Dhamma incomparável
extrai-se de seu erro da corrupção
que agrava a doença.
Este erro é uma feroz falha da mente.
Mas quando vê claramente o Dhamma,
      ela remove seu erro,
e não há mais veneno no coração.
Quando a mente vê o Dhamma,
 Abundantemente bom
    & libertado de erro,
encontrando o Dhamma, ela larga todas as coisas
que a tornariam inquieta.
É consciente, em si mesmo,
    & sem confusão.
Seu amor pelos khandhas chegou ao fim,
       seus gostos são curados,
           suas preocupações cessam,
 toda a poeira se foi.
Mesmo se a mente pensa em consonância com sua natureza,
Nós não tentamos pará-la.
E quando não tentamos pará-la,
ela para de correr ferozmente.
Isso nos liberta da agitação.

   "Saiba que o mal vem
De resistir à verdade."

"O mal vem de não saber.
Se nós pudermos fechar a porta para a estupidez,
há a calma final.
Todo mal cresce em silêncio, perfeitamente imóvel.
Todos os khandhas estão sofrendo, sem nenhum prazer.

"Antes eu era estúpido & na escuridão,
como se estivesse em uma caverna.
No meu desejo de ver o Dhamma,
eu tentei segurar o coração para acalmá-lo.
Eu agarrei os rótulos mentais,
pensando que eram o coração
até que se tornou um hábito.
Fazendo isso, fiquei muito entusiasmado
em observá-los.
Rótulos mentais errados obscureceram a mente
E eu fui iludido em fazer experimentos
com os khandhas -
   Ai de mim!

Exaltando-me infinitamente,
eu julgava os outros
mas não conseguia nada.
Olhar para as falhas dos outros
Amargura o coração,
como se tivéssemos nos incendiado,
tornando-nos cinzas e queimados.

Quem quer que esteja certo ou errado, bom ou mau,
Isso é problema deles.
  O nosso é certificar-se
          que o coração cuide de si mesmo.
Não deixe as atitudes inábeis voarem próximo & pousarem.
Faça com que seja consumado
em mérito e habilidade -
o resultado será a paz.
Ver os outros como ruins e a si mesmo como bom
é uma mancha no coração,
para alguém que se prende ao khandha
que detém esse julgamento.

Se você se prende aos khandhas
eles vão queimá-lo com certeza,
 o envelhecimento, a impureza, & a morte juntar-se-ão na luta:
cheio de raiva e amor, falhas óbvias,
preocupações, tristezas e medos,
enquanto as cinco formas de sensualidade
trazem suas tropas múltiplas.

Nós não ganhamos nenhuma liberação do sofrimento & do perigo
porque nós consideramos os cinco khandhas como sendo nossos.
Depois de ver o seu erro, não demore.
Mantenha constante vigilância sobre a inconstância dos saṅkhāras.
Quando a mente se acostumar com isso,
você certamente verá o Dhamma Singular,
     solitário na mente.

"Inconstância" refere-se ao coração
enquanto ele se move de seus rótulos.
Quando você ver isso, vê-lo
de novo & de novo,
exatamente no movimento.
Quando todos os objetos externos desapareceram,
o Dhamma aparecerá.
Quando você vê esse Dhamma, você se recupera
de agitação mental.
A mente então não estará ligada às dualidades.
Apenas essa verdade pode acabar com o jogo.
Conhecendo o não-saber:
     esse é o método para o coração.

Uma vez que vemos através da inconstância,
a mente-fonte para de criar problemas.
Tudo o que resta é a mente original,
verdadeira & imutável.
Conhecer a mente-raiz
traz a liberação de toda a preocupação & erro.
Se você for para a mente-extrema,
você está imediatamente errado.

"A "escuridão' vem da mente
possuindo o que é bom.
Essa possessividade é pensada
pela mente-extrema.
A mente-raiz já é boa
quando o Dhamma aparece, apagando a dúvida.

Quando você vê o Dhamma supremo,
superando o mundo,
todas as suas antigas buscas confusas
são desarraigadas e abandonadas.

O [único] sofrimento que resta
é a necessidade de dormir e comer
em acordo com eventos.
O coração permanece, domado, perto da mente-raiz,
pensando, mas não morando em seus pensamentos.
A natureza da mente é que ela tem que pensar,
mas quando sente a mente-raiz
é liberada de suas tristezas,
isolada de distúrbios, & quieta.

A natureza dos saṅkhāras
Quando eles aparecem
é desaparecer.
Eles todos decaem; nenhum permanece.

Cuidado com a mente
quando você se concentrar em torná-la refinada,
pois você tenderá a forçá-la
para ficar presa na quietude.

Faça o coração olhar de novo & de novo
em sua inconstância, até que seja um hábito.
Quando você chegar 'Oh!'
Ele virá por conta própria:
           Consciência da canção do coração,
    como uma miragem.
O Buda diz que as corrupções do insight
disfarçam-se como verdadeiras
quando na verdade elas não são.
A consciência dos fenômenos mentais
que vêm por conta própria,
é a visão direta,
não como ouvir & entender
no nível de questionamento.
A análise dos fenômenos,
mentais e físicos,
também não é visão que vem por conta própria:
     Então olhe.
a consciência que vem por conta própria
não é a canção de pensamento.
Conhecer a mente-raiz
& Mente-momentos,
A mente-raiz é libertada da tristeza.
A clareza da mente-raiz
em conhecer automaticamente os saṅkhāras
 - os assuntos da mudança -
não é uma questão de exibir
para ver ou conhecer uma coisa.
Também não é um conhecimento baseado
em rotulagem em pares.
A mente se conhece
    a partir do movimento da música.
O conhecimento da mente sobre o movimento
é simplesmente adjacente mente-momento.
Na verdade, elas não podem ser divididas:
Elas são todas iguais.
Quando a mente é dual, isso é chamado
sañña embaralhando as coisas.
Inconstância é em si, então por que se concentrar em qualquer outra coisa?

"Quando o coração vê suas próprias decadências,
é libertado da escuridão.
Ele perde o gosto por elas,
e abandona suas dúvidas.
Ele para de procurar coisas dentro e fora.
Seus apegos caem todos.
Ele deixa seus amores e ódios,
o que quer que o deprima.
Pode acabar com seus desejos,
suas tristezas desaparecem -
       Juntamente com as pesadas ​​ inquietações
que o faziam gemer -
Como se uma pancada de chuva refrescasse o coração.
O coração calmo é realizado pelo próprio coração.
O coração está calmo porque não tem necessidade
para vaguear, olhando para as pessoas.
Conhecer a mente-raiz no presente,
É inabalável e despreocupada
com qualquer bem ou mal,
porque eles devem morrer,
com todos os outros impedimentos.
Perfeitamente ainda, a mente-raiz
nem pensa nem interpreta.
Permanece apenas com seus próprios assuntos:
Sem expectativas,
       sem necessidade de ser enredado ou incomodado,
                  sem necessidade de manter a sua guarda.
Sentado ou deitado, pensa-se
na mente-raiz: 'Libertado.' "

   "Sua explicação do caminho
É penetrante,
               tão abrangente e clara.
         Só mais uma coisa:
Por favor, explique em detalhes a mente
não libertada da causa do sofrimento."

"A causa do sofrimento é apego & amor,
extremamente enfeitiçada,
criando novos estados de ser
sem cansar.
No nível inferior, as manchas
são as cinco cordas da sensualidade;
No nível mais alto,
apego a jhāna.
Em termos de como essas coisas
agem na mente:
É tudo um caso de estar encantado com saṅkhāras,
encantado com tudo o que aconteceu
Por um longo, longo tempo –
  Vendo-os como bons,
    nutrindo o coração com o erro,
          tornando-se diversificado
          numa inquietante distração.
Castigada pelo erro, sem senso de vergonha,
encantada em admirar
seja o que for,
fascinada até o ponto em que esquece de si
e perde seu senso de perigo;
Encantada com a visualização das falhas dos outros,
perturbados pelo seu mal,
não vê suas próprias falhas como importantes.
Não importa quão grandes sejam as faltas dos outros,
elas não podem nos fazer cair no inferno.
Enquanto nossas próprias falhas podem nos levar
para o mais severo inferno imediatamente,
mesmo que não sejam muito contaminantes.
Então fique atento às suas falhas
até que seja algo natural.
Evite essas falhas
E você certamente verá
 a felicidade livre
     do perigo & do medo.
Quando você vê suas falhas claramente
corte-as imediatamente.
Não enrole nem demore
ou você nunca vai se livrar delas.

"Querer o que é bom, sem parar:
Essa é a causa do sofrimento.
É uma grande falha: o forte medo do mal.
"Bom" e "ruim" são venenos para a mente,
como alimentos que inflamam uma febre alta.
O Dhamma não está claro
por causa de nosso desejo básico pelo bem.
Desejo para o bem, quando é grande,
arrasta a mente para um pensamento turbulento
até que a mente se infle com o mal,
e todas as suas impurezas proliferem.
Quanto maior o erro, mais elas florescem,
levando mais & mais para longe
do Dhamma genuíno ".

   "Esta maneira de explicar
A causa do sofrimento
purifica meu coração.
[No início] o significado
estava embaralhado & confuso,
mas quando você explicou o caminho
meu coração não se moveu:
em descanso, quieto & em paz,
finalmente chegando ao fim".

"Isso é chamado de realização
da libertação dos khandhas,
Um Dhamma que permanece no lugar,
sem qualquer ida ou vinda,
uma natureza genuína - a única -
sem nada que a faça desviar ou girar."

Com isso, o conto está encerrado. Certo ou errado,
por favor pondere com discernimento até que você descubra.



Composto por Phra Bhuridatto (Mun)

Wat Srapathum [Bangkok]

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