Suttas inéditos do Samyutta Nikaya em português


O colaborador Luciano Tadeu gentilmente traduziu a série um dos suttas do Samyutta Nikaya que não estavam disponíveis em língua portuguesa. 
A série um é chamada de Devata-samyutta – Devatas e relata o ensino do Buda para os devatas que regularmente o procuravam.
Segundo o Acesso ao Insight, Devata é um substantivo abstrato originário da palavra deva mais o sufixo abstrato ta, com o significado de divindade, a condição ou estado divino. Embora a palavra “devata” seja do gênero feminino isso não quer dizer que todos os devas sejam do sexo feminino. Os textos raramente indicam o sexo, embora, parece, os devas possam ser de ambos os sexos e algumas vezes estão além de uma diferenciação sexual. Os devas são deuses que habitam vários mundos do reino da esfera sensual, acima do mundo humano. No Budismo os devas não são deuses imortais que exercem um papel criativo no processo cósmico. Eles são simplesmente seres elevados, bem-aventurados e luminosos, que antes habitavam o mundo humano e que renasceram nos mundos celestiais como resultado de ações meritórias. Com raras exceções, os devas demonstram tanto apego à delusão e ao desejo sensual como os seres humanos. Os devas em geral visitam o Buda na calada da noite, enquanto o resto do mundo dorme. Algumas vezes eles recitam versos elogiando o Mestre, algumas vezes formulam questões ou buscam instruções, algumas vezes pedem que o Mestre aprove as suas idéias e em outras o provocam ou desafiam. Portanto, os suttas neste samyutta abrangem uma grande variedade de tópicos sem uma lógica particular quanto à sua sequência.
Graças a contribuição do Luciano, iniciarei aqui uma sequência de duas postagens destes suttas, que totalizam trinta.
Para ler os demais suttas do Samyutta Nikaya disponíveis em português acesse: http://www.acessoaoinsight.net/sutta/samyutta_nikaya.php#sagatha

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Nimokkha Sutta (SN I.2) - O Discurso sobre a libertação:


 Um deva (devata) maravilhosamente belo, capaz de iluminar um bosque inteiro, recebe ensinamentos do Buda sobre a verdadeira libertação.
Em Savatthi. Em certa ocasião, quando a noite estava bem avançada, um certo deva (devata) com belíssima aparência que iluminou todo o Bosque de Jeta, se aproximou do Bem-Aventurado. Ao se aproximar ele homenageou o Bem-Aventurado e ficando em pé a um lado o deva disse:
"Venerável Senhor, conheces a libertação (nimokkham), a emancipação (pamokkham) e o estar retirado (viveka) dos seres?"
"Sim, amigo, eu conheço a libertação, a emancipação, e o estar retirado dos seres."
"Então como, Venerável Senhor, você conhece a libertação, a emancipação, e o estar retirado dos seres?"
[O Bem-Aventurado:]
Através da perda do deleite pela existência (1),
Através da destruição da percepção e consciência (2),
Através da cessação e tranquilização das sensações (3):
Assim, amigo, é como eu conheço
A libertação, a emancipação, e o estar retirado
dos seres.

Notas:
1 – NandibhavaparikkhayaNandi = deleite, prazer, alegria,  Bhava = existência, vir a ser, tornar-se, condição ou estado de existência, Parikkhaya = perda, decomposição.
2 - Saññāviññāasakhayā - Sañña = percepção, Viññana = consciência, Sankhaya = perda, destruição, consumo.
3 - Vedanāna nirodhā upasamāVedanam = sensação, Nirodha = cessação, Upasama = calma, paz, tranquilidade, apaziguamento.
Obs: Peço desculpas por possíveis erros ou deficiências na tradução, se tiverem qualquer correção ou sugestão para melhorar a tradução, por favor, entrem em contato pelo email: lukianotadeu@yahoo.com.br.

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Appatividita Sutta (SN I.7) - Discurso dos que não penetraram: Os despertos são equânimes, independentemente das circunstâncias mutáveis.

Em Savathi. Em pé a um lado, um deva (devata) recitou este verso na presença do Bem-Aventurado:

Aqueles que não penetraram os dhammas,
E que podem ser levados para outras doutrinas,
Profundamente adormecidos, ainda não estão despertos:
É hora deles despertarem.

[O Bem-Aventurado:]

Aqueles que penetraram bem os dhammas,
E que não podem ser levados para outras doutrinas,
Aqueles despertos que conheceram corretamente,
Caminham sem alterações mesmo em estradas desiguais.(1)
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Nota:
1 – “caranti visame sama” – Caranti = caminhar sem um destino fixo, errante, visame = desigual,  sama = igual. Vivem equânimes, iguais (sem se alterarem) apesar das mudanças favoráveis e desfavoráveis.

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SN I.10 Aranna Sutta - A Floresta: Por que os monges que vivem na floresta parecem tão serenos?

Em Savathi. Estando a um lado, um deva, se dirigiu ao Bem-Aventurado em versos:

"Aqueles que habitam nas profundezas da floresta,
vivem tranquilos a vida santa,
se alimentam apenas uma vez por dia,
Por que eles têm este aspecto tão sereno? "

[O Bem-Aventurado:]

"Eles não sentem aflições pelo passado,
Nem anseiam o futuro.
Eles permanecem no presente,
E é por isso, que eles têm este aspecto tão sereno.
"Ansiando o futuro,
Afligidos pelo passado,
Os tolos murcham
Igual o junco verde, cortado".
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SN I.11 Nananda Sutta - Discurso [no parque] Nandana: A glória dos devas se opaca comparada a dos arahants.

Assim ouvi. Em certa ocasião o Bem-Aventurado estava em Savathi, no Bosque de Jeta, no Parque de Anathapindika. Lá ele se dirigiu aos monges desta forma: “Bhikkhus”. – “Venerável Senhor”, eles responderam. O Bem-Aventurado disse o seguinte:
"Bhikkhus, aconteceu que no passado um certo deva dos Devas do Trinta e Três, respeitado por virgens celestiais e desfrutando dos cinco elementos dos prazeres sensuais dos devas no parque de Nandana, recitou estes versos:

“Aqueles que nunca viram o parque de Nandana,
o refúgio dos Devas do Trinta e Três com seus grandes séquitos,
não compreendem a glória.”

Quando isso foi dito, Bhikkhus, outro deva recitou a seguinte resposta:

“Você está louco? Você não compreende o significado das palavras dos Arahants”:

"Todas as coisas condicionadas e compostas são impermanentes;
possuem a natureza de surgir e cessar;
tendo vindo à existência, cessarão;
a realização de Nibbana, a cessação, é pacífico, glorioso."
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SN I.13 Natthiputtasama Sutta - Ninguém é mais querido que o filho: O valor relativo e verdadeiro das coisas.

Em Savathi. Em pé a um lado, um deva (devata) recitou este verso na presença do Bem-Aventurado:

"Não há amor maior que o amor pelo filho,
Nenhuma riqueza que se iguala ao gado,
Não há maior luz que a luz do Sol,
Entre as águas, o oceano é o supremo."

[Bem-Aventurado]

"Não há amor maior do que o amor a si mesmo,
Nenhuma riqueza que se iguala aos grãos,
Não há maior luz, que a luz da sabedoria,
Entre as águas, a chuva é o supremo. "
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SN I.14 Kattiya Sutta - Discurso com o pertencente à casta guerreira: Quem é o mais nobre.

[O deva disse:]

"Entre os bípedes o da casta guerreira (kattiya) é o mais nobre.
Entre os quadrúpedes o touro forte é o mais nobre.
Entre as esposas a noiva virgem é a mais nobre.
Entre os filhos o mais velho é o mais nobre. "

[O Abençoado:]

"Entre os bípedes o Buddha perfeitamente iluminado (Sambuddho) é o mais nobre.
Entre os quadrúpedes o puro sangue bem domesticado é o mais nobre.
Entre as esposas a esposa obediente (1) é a mais nobre.
Entre os filhos o filho que te reverência (2) é o mais nobre. "
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Notas:
1 – Obediente (Sussusa): Desejo de ouvir, obediência.
2 – puttānamassavo: putta – filho, namassati - namas + a honra; venera. No espanhol me parecem que traduziram como o filho obediente, mas parece que tem um sentido de prestar reverência, honrar, demonstrar respeito e obediência.

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SN 1.15 Sanamana Sutta - Discurso sobre o murmúrio: O assustador da floresta é agradável para o Buddha.

[O deva (devata) disse:]

"Ao meio-dia, quando os pássaros repousam,
nas profundezas da floresta parece retumbar
e este som me soa assustador. "

[O Bem-Aventurado:]

"Ao meio-dia, quando os pássaros repousam,
nas profundezas da floresta parece retumbar
mas este som me soa agradável. "

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SN I.16 Niddatandi Sutta - Discurso sobre preguiça e sonolência: Por que o Nobre Caminho Óctuplo não se torna claro?

Letargia descontente, espreguiçamento preguiçoso e sonolência após a refeição (1):
Devido a isto, aqui (2),
O Nobre Caminho Óctuplo não é visível (ou claramente compreendido). "
Letargia descontente, espreguiçamento preguiçoso e sonolência após a refeição:
Quando o nobre discípulo dissipa isso com energia,
O Nobre Caminho Óctuplo se torna claro. "
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Nota:
1 - Niddā tandī vijambhitā [tandi vijambhikā (sī. pī.)], aratī bhattasammado, Nidda = sono, tandi = cansaço, preguiça, vijambhita = bocejo, sonolência, bhattasammado = sonolência após refeição. Aratī = se não me engano se refere a descontentamento, tédio, apatia. Entendo que está descrevendo estados de apatia, falta de interesse, falta de motivação, descontentamento, tédio, se deixar levar pelo cansaço, pela sonolência, preguiça, falta de ânimo, ser vencido pelo sono, se entregar aos prazeres do sono, coisas nesse sentido. No MN 62.20 o Buddha recomenda a meditação de mudita para abandonar arati “Rahula, desenvolva a meditação da alegria altruísta; pois quando você desenvolve a meditação da alegria altruísta, todo descontentamento será abandonado.” No SN 46.2 o Buddha diz que dar com frequência atenção sem sabedoria para a letargia descontente, o espreguiçamento preguiçoso, a sonolência após a refeição e a preguiça mental é o que alimenta o obstáculo (nivarana, um dos cinco obstáculos, thina-middha – torpor e preguiça), “E qual, bhikkhus, é o alimento para o surgimento da preguiça e torpor que ainda não surgiram ou para o crescimento e incremento da preguiça e torpor uma vez que estes tenham surgido? Há, bhikkhus, a letargia descontente, o espreguiçamento preguiçoso, a sonolência após a refeição e a preguiça mental: dar com frequência atenção sem sabedoria para isso, esse é o alimento para o surgimento da preguiça e torpor que ainda não surgiram ou para o crescimento e incremento da preguiça e torpor, uma vez que estes tenham surgido.”.
 2 – Idha = aqui; neste mundo ou existência.
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SN I.17 Dukkara Sutta - Discurso sobre o difícil de fazer: Quando alguém atinge a calma, não incomoda ou critica ninguém.

[O deva (devata) disse:]

"Difícil é para o ignorante realizar a tarefa do monge;
é difícil para ele tolera-la.
Tal como um tolo não é adequado para a prática de um monge,
Há muitas dificuldades nesta prática. "

[O Bem-Aventurado:]

"Se a própria mente não for contida ante um obstáculo,
Quantos dias poderá alguém manter a prática de um monge?
Para aquele que ceder aos pensamentos sensoriais,
Corrupções surgem a cada objeto sensorial.
Assim como a tartaruga escondendo sua cabeça e quatro membros em seu casco,
Assim também o monge deve manter seus pensamentos sob controle.
Não possuindo desejo nem visões errôneas, ele não incomoda os outros,
ele atingiu a calma e não critica ninguém."
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SN I.18 Hiri Sutta - Discurso sobre a vergonha: O sentimento de vergonha pode ajudar a abster-se de fazer o mal, e a por um fim no sofrimento.

[O deva (devata) disse:]

"Existe alguém no mundo que por causa do sentimento de vergonha moral (hiri)
se abstém de fazer o mal mesmo que ninguém tenha a oportunidade de repreendê-lo,
como um bom cavalo que não precisa ser açoitado? "

[O Bem-Aventurado:]

"São poucos os que sempre se comportam com consciência,
que pelo sentimento de vergonha moral se abstém de fazer o mal
e que tendo atingido o fim do sofrimento,
Caminham sem alterações mesmo em estradas desiguais.(1)”
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Notas:
1 – “caranti visame sama” – Caranti = caminhar sem um destino fixo, errante, visame = desigual,  sama = igual. Vivem equânimes, iguais (sem se alterarem) apesar das mudanças favoráveis e desfavoráveis. Em espanhol foi traduzido como: se comportam com serenidade em um mundo confuso. 

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SN I.19 Kutika Sutta - A cabana: A família é como uma cabana, ninho e enredo.

[O deva (devata) disse:]
"Você não tem uma cabana? Você não tem um ninho? Você não tem nenhum enredo? Você está de livre de amarras? "

[O Bem-Aventurado:]
"Realmente, eu não tenho uma cabana, eu não tenho um ninho, eu não tenho nenhum enredo; eu estou livre de amarras."

[O deva disse:]
"O que você acha que eu quero dizer quando digo 'uma cabana'? O que você acha que eu quero dizer quando digo 'um ninho'? O que você acha que eu quero dizer quando digo 'enredo'? O que você acha que eu quero dizer quando digo 'amarras'?

[O Bem-Aventurado:]
"Quando você diz 'uma cabana' é a mãe. Quando você fala de 'um ninho' é a esposa. Quando você fala de 'um enredo' é o filho. Quando você fala de 'amarras' é o desejo (tanha)."

[O deva disse:]
"Sim, você não tem uma cabana! Você não tem um ninho! Você não tem nenhum enredo! Você está livre de amarras!"
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SN I.20 Samiddhi Sutta - Discurso com Samiddhi: Um deva errante, questiona: Por que perder tempo meditando, com a esperança de alguma recompensa futura, quando você pode desfrutar dos prazeres sensuais agora mesmo?

Assim eu ouvi.
Em certa ocasião o Bem-Aventurado estava em Rajagaha, no Parque Termal. Então, o Venerável Samiddhi, se levantou ao amanhecer, e foi para as termas se banhar. Após banhar-se nas termas, saiu e ficou ali e usou uma túnica para secar seus membros.
Então, quando a noite estava avançada, um certo deva (devata) de maravilhosa beleza se aproximou do Venerável Samiddhi iluminando todo o Parque Termal. Tendo se aproximado, permaneceu no ar e falou para o Venerável Samiddhi em versos:

Monge! Você vai em busca de comida esmolada sem ter desfrutado dos prazeres sensuais.
Não vá em busca de comida esmolada sem desfrutar dos prazeres sensuais.
Monge, desfrute primeiro, depois busque comida esmolada.
Não deixe que o momento oportuno passe para você.

[Ven. Samiddhi]

Eu não sei o que o tempo pode trazer,
O tempo está oculto e não pode ser visto,
Sendo assim, vou em busca de comida esmolada sem desfrutar,
E não permito que o tempo oportuno passe para mim.

Em seguida, o deva, voou baixo e falou assim ao Venerável Samiddhi : "Oh Monge! Você abandonou a vida em família muito jovem. Um moço de cabelos escuros, no começo da sua juventude, no início da sua vida, não tendo desfrutado ainda dos prazeres sensuais. Monge, desfrute primeiro dos prazeres sensuais, não abandone algo que é visível no aqui e agora para perseguir algo que leva tempo."

Ven. Samiddhi: "Amigo, eu não abandonei algo que é diretamente visível para perseguir algo que leva tempo. Eu abandonei algo que leva tempo para perseguir algo que é visível no aqui e agora. Foi proclamado pelo Bem-Aventurado, amigo, que os prazeres sensuais consomem tempo, são cheios de sofrimento, cheios de desespero, e o perigo existente neles, é ainda maior, enquanto que o Dhamma é visível no aqui e agora, com efeito imediato, convida ao exame, para ser experimentado pelos sábios por eles mesmos.”
Deva: "Mas, como monge, foi proclamado pelo Abençoado, que os prazeres sensuais consomem tempo, são cheios de sofrimento, cheios de desespero, e o perigo existente neles, é ainda maior? E como é que o Dhamma é visível no aqui e agora, com efeito imediato, convida ao exame, para ser experimentado pelos sábios por eles mesmos?"
Ven. Samiddhi:"Eu sou recém-ordenado, amigo, não faz muito tempo que eu abandonei a vida em família, foi recentemente que cheguei nesta Doutrina e Disciplina. Mas o Bem-Aventurado, o Arahant, perfeitamente iluminado, está residindo em Rajagaha, no Parque Termal. Aproxime-se do Bem-Aventurado e pergunte estes temas. Assim como ele te explicar, assim você deverá se lembrar."
Deva: "Não é fácil para mim, monge, se aproximar do Bem-Aventurado, porque ele é rodeado por outros devas de grande influência. Se você pudesse se aproximar dele e perguntar a ele sobre esses temas, eu poderia vir junto com você para ouvir o Dhamma."
"Está bem, amigo", disse o Venerável Samiddhi. Logo depois, [o Venerável Samiddhi] se aproximou do Bem-Aventurado, homenageou-o e sentou-se a um lado, e contou-lhe o que aconteceu.
[O Veneráveil ​​Samiddhi repetiu tudo o que aconteceu para o Buddha acrescentando:] "Se o que disse aquele deva for verdade, Venerável Senhor, então aquele deva deve estar aqui perto."
Quando isso foi dito, o deva disse ao Venerável Samiddhi: "Pergunte monge! Pergunte monge! Que eu estou aqui."
Então, o Bem-Aventurado se dirigiu ao deva em versos:

Os seres que percebem o que pode ser expressado,
Chegam a afirmar-se naquilo que pode ser expressado.
A falta de compreensão completa do que pode ser expressado,
Os leva sob o jugo da morte.
Mas tendo compreendido plenamente o que pode ser expressado,
Não se concebe "alguém que expressa".
Isso não existe para ele,
Ou qualquer coisa, mediante a qual alguém poderia descrevê-lo.

"Se entendeu, espírito (yakkhā), diz em voz alta".

Deva: "Eu não entendi em detalhe, Venerável Senhor, o que foi explicado de um modo geral pelo Bem-Aventurado. Por favor, Venerável senhor, que o Bem-Aventurado me explique de tal forma que eu possa entender em detalhe o que foi explicado de um modo geral."

[Bem-Aventurado]

Se alguém concebe "Eu sou igual, melhor ou pior",
Devido a estas considerações, poderá envolver-se em discussões.
Mas alguém que não é agitado por estas três discriminações,
Não pensa 'eu sou igual, melhor ou pior ".

"Se você entender, espírito, diz em voz alta".
Deva: "Eu não entendi em detalhe, Venerável Senhor, o que foi explicado de um modo geral pelo Bem-Aventurado. Por favor, Venerável senhor, que o Bem-Aventurado me explique de tal forma que eu possa entender em detalhe o que foi explicado de um modo geral."

[Bem-Aventurado]

Abandonando estas comparações, ele não presume nada;
Corta a paixão (tanha) pela mentalidade e materialidade (nama rupa)
Os devas e os humanos o buscam
Aqui e além, no paraíso e em todas as moradas,
Eles não encontram ninguém que sabe como cortar o nó,
Um imperturbável, livre de desejo.

"Se você entender, espírito, diz em voz alta".
Deva: Eu não entendi em detalhe, Venerável Senhor, o que foi explicado de um modo geral pelo Bem-Aventurado. Por favor, Venerável senhor, que o Bem-Aventurado me explique de tal forma que eu possa entender em detalhe o que foi explicado de um modo geral."

[Bem-Aventurado]

Não se deve fazer o mal por nada no mundo,
Nem com a fala, mente ou o corpo.
Tendo abandonado os prazeres sensuais,
Com sati (atenção plena) e sampajāna (clara compreensão),
Não se deve seguir o curso
do que é triste e doloroso.
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Parte dois: https://chuvadodharma.blogspot.com.br/2017/10/suttas-ineditos-do-samyutta-nikaya-em_26.html












































Comentários

  1. Excelente! Mas uma vez que esses novos sutras estão traduzidos, seria interessante contatar o autor do Acesso ao Insight para adicionar esses novos sutras no site (com os devidos créditos). Muito mais simples para quem quer ler os sutras ir a um site onde está lá tudo, a maioria das pessoas não deve saber que aqui estão novos sutras traduzidos. Gratidão pela tradução!

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    1. Prezado(a). Obrigado pelo comentários. O dono do Acesso ao Insight foi contatado mas ele não tem interesse em atualizar o site com novos suttas. E quanto ao sutta central, o responsável pelos suttas em português ficou de publicar no site, porém vai levar um tempo, pois ele precisa revisar a tradução e dar a ela um padrão usado nas demais.

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  2. Complementando o comentário anterior. Disponibilizar os sutras também no suttacentral.net.

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