Histórias do Dhammapada. Capítulo 5 - Tolos
5. Balavagga
Tolos
Verso 60 –
A história de uma pessoa
Enquanto residia no monastério de Jetavana, o Buda
pronunciou o verso 60 deste livro, com referência a um certo jovem e ao rei
Pasenadi de Kosala.
Um dia, o rei Pasenadi, ao sair na cidade, viu uma moça
bonita de pé na janela de sua casa e instantaneamente se apaixonou por ela.
Então o rei tentou encontrar maneiras e meios de consegui-la. Ao descobrir que
ela era uma mulher casada, ele mandou chamar o marido e o fez servir no
palácio. Mais tarde, o marido foi enviado a uma missão impossível pelo rei. O
jovem deveria ir a um lugar, distante um yojana (19 quilômetros) de Savatthi,
trazer de volta algumas flores de lótus Kumuda e um pouco de terra vermelha
chamada 'arunavati' da terra dos dragões (nagas) e voltar a Savatthi na mesma
noite, a tempo para o banho do rei. A intenção do rei era matar o marido se ele
não conseguisse voltar no tempo e tomar a esposa para si.
Apressadamente, levando um pacote de comida de sua
esposa, o jovem partiu em sua missão. No caminho, ele compartilhou sua comida
com um viajante. Ele também jogou um pouco de arroz na água e disse em voz
alta: "Ó espíritos guardiões e dragões habitando este rio! O rei Pasenadi
ordenou que eu levasse algumas flores de lótus Kumuda e terra vermelha para
ele. Hoje compartilhei minha comida com um viajante; eu também tenho alimentado
os peixes no rio, agora eu compartilho com vocês os benefícios das boas ações
que eu fiz hoje. Por favor, peguem o lótus Kumuda e a terra vermelha para mim.
" O rei dos dragões, ouvindo-o, assumiu a aparência de um homem idoso e
trouxe o lótus e a terra vermelha.
Naquela noite, o rei Pasenadi, temendo que o jovem marido
pudesse voltar no tempo, fechou cedo as portas da cidade. O jovem, encontrando
as portas da cidade fechadas, colocou a terra vermelha na muralha da cidade e
enfiou as flores na terra. Então ele declarou em voz alta: "Ó cidadãos! Sê
minhas testemunhas! Hoje cumpri minhas tarefas a tempo, conforme as instruções
do rei. O rei Pasenadi, sem qualquer justificativa, planeja me matar".
Depois disso, o jovem partiu para o monastério de Jetavana para se abrigar e
encontrar consolo na atmosfera pacífica do monastério.
Enquanto isso, o rei Pasenadi, obcecado pelo desejo
sexual, não conseguia dormir e ficava pensando em como se livraria do marido
pela manhã e tomaria a esposa. Por volta da meia-noite, ele ouviu alguns sons
misteriosos; na verdade, essas eram as vozes tristes de quatro pessoas que
sofriam no inferno. Ouvindo aquelas vozes esquisitas, o rei ficou aterrorizado.
De manhã cedo, ele foi ao Buda, como aconselhado pela rainha Mallika. Quando o
Buda foi informado das quatro vozes ouvidas pelo rei durante a noite, ele
explicou ao rei que aquelas eram as vozes de quatro seres, que eram filhos de
homens ricos durante o tempo do Buda Kassapa, e que agora eles estavam sofrendo
porque cometeram má conduta sexual com as esposas de outras pessoas. Então, o
rei percebeu a depravação do ato e a severidade da punição. Então, ele decidiu
então que não iria mais cobiçar a esposa de outro homem. "Afinal, foi por
causa do meu intenso desejo pela esposa de outro homem que fiquei atormentado e
não consegui dormir a noite inteira", refletiu. Então o rei Pasenadi disse
ao Buda: "Venerável senhor, agora sei quanto tempo dura a noite para quem
não consegue dormir". O jovem que estava por perto também disse:
"Venerável senhor, porque eu havia viajado a distância completa de uma yojana
ontem, também sei quanto tempo a jornada de uma yojana é para alguém que está
cansado".
Longa é a noite para
o insone,
longa é a légua para o cansado,
longo é o samsara para os tolos,
que não conhecem o verdadeiro Dhamma.
longa é a légua para o cansado,
longo é o samsara para os tolos,
que não conhecem o verdadeiro Dhamma.
Ao final do discurso, o jovem homem alcançou o estágio de
Sotapanna.
Verso 61 – A
história de um aluno do Thera Mahakassapa
Enquanto residia no monastério de Jetavana, o Buda
proferiu o verso 61 deste livro, com referência a um aluno do Thera Mahakassapa.
Quando Thera Mahakassapa estava residindo perto de
Rajagaha, ele teve dois jovens bhikkhus morando com ele. Um deles era
respeitoso, obediente e obediente ao thera, mas o outro não era. Quando o velho
thera repreendeu o último por sua negligência em seus deveres, ele ficou muito
ofendido. Em uma ocasião, ele foi até a casa de um discípulo leigo do trio e
mentiu para eles que o trio estava doente. Assim, ele conseguiu alguma comida
deles para o thera; mas ele comeu a comida no caminho. Quando admoestado pelo
thera por causa disso, ele ficou extremamente irritado. No dia seguinte, quando
o thera estava em sua esmola, o jovem bhikkhu tolo ficou para trás, quebrou as tigelas
e ateou fogo ao mosteiro.
Quando um bhikkhu de Rajagaha contou a Buda sobre isso, o
Buda disse que teria sido muito melhor para Thera Mahakassapa viver sozinho do
que viver com uma companhia tola.
Então o Buda falou em versos:
Se alguém não
conseguir encontrar
uma companhia melhor ou igual,
então ele deveria, com determinação, seguir sozinho.
Não há companheirismo com os tolos.
uma companhia melhor ou igual,
então ele deveria, com determinação, seguir sozinho.
Não há companheirismo com os tolos.
Ao fim do discurso, o
bhikkhu de Rajagaha tornou-se um Sotapanna.
Verso 62 – A história de Ananda, um homem rico
Enquanto residia no mosteiro de Jetavana, o Buda proferiu
o verso 62 deste livro, com referência a um homem rico e avarento, chamado
Ananda.
Havia uma vez um homem muito rico chamado Ananda em
Savatthi. Embora ele possuísse oitenta crores, estava muito relutante em dar
qualquer coisa para a caridade. Para seu filho, Mulasiri, ele costumava dizer:
"Não pense que a riqueza que temos agora é muito grande. Não dê nada do
que você tem, pois você deve fazê-la crescer. Caso contrário, sua riqueza
diminuirá." Este homem rico tinha cinco potes de ouro enterrados em sua
casa e ele morreu sem revelar sua localização para o filho.
Ananda, o homem rico, renasceu em uma aldeia de mendigos,
não longe de Savatthi. Desde o momento em que sua mãe ficou grávida a renda dos
mendigos dimínuia; os aldeões achavam que devia haver um azarado entre eles. Ao
se dividirem em grupos e pelo processo de eliminação, chegaram à conclusão de
que a mendiga grávida devia ser a infeliz. Assim, ela foi expulsa da aldeia.
Quando o filho nasceu, mostrou-se extremamente feio e repulsivo. Se ela saísse mendigando
sozinha, tudo seria como antes, mas se ela saísse com seu filho não conseguiria
nada. Então, quando o menino podia sair sozinho, sua mãe colocou um prato na
mão e o deixou. Enquanto vagava em Savatthi, ele se lembrava de sua antiga casa
e sua existência passada. Então ele entrou na casa. Quando os filhos de seu
filho Mulasiri o viram, ficaram assustados com seu olhar feio e começaram a
chorar. Os servos então o espancaram e o expulsaram da casa.
O Buda que estava em sua esmola viu o incidente e pediu
ao venerável Ananda que trouxesse Mulasiri. Quando Mulasiri veio, o Buda lhe
disse que o jovem mendigo era seu próprio pai em sua existência anterior. Mas
Mulasiri não podia acreditar. Então, o Buda orientou o mendigo a mostrar onde
havia enterrado seus cinco potes de ouro. Só então, Mulasiri aceitou a verdade
e, a partir daquele momento, tornou-se um devoto discípulo leigo do Buda.
Então o Buda falou em versos:
“Eu tenho filhos, eu
tenho riquezas”,
pensando assim, o tolo se preocupa.
Se nem ele é dele mesmo,
como seriam dele filhos e riquezas?
pensando assim, o tolo se preocupa.
Se nem ele é dele mesmo,
como seriam dele filhos e riquezas?
Verso 63 – A história de dois batedores de carteira
Em uma ocasião, dois batedores de carteira se juntaram a um
grupo de discípulos leigos indo ao mosteiro de Jetavana, onde o Buda estava
discursando. Um deles ouviu atentamente o discurso e logo alcançou a
Frutificação de Sotapatti. No entanto, o segundo ladrão não assistiu ao
discurso, pois estava empenhado em roubar apenas; e ele conseguiu arrancar uma
pequena quantia de dinheiro de um dos discípulos leigos. Depois do discurso,
voltaram e cozinharam a refeição na casa do segundo ladrão, aquele que conseguiu
algum dinheiro. A esposa do segundo ladrão insultou o primeiro ladrão:
"Você é tão sábio que nem tem nada para cozinhar em sua casa".
Ouvindo essa observação, o primeiro ladrão pensou consigo mesmo: "Essa é
tão tola que ela acha que está sendo muito esperta". Então, junto com
alguns parentes, ele foi ao Buda e relatou o assunto para ele.
Então, para o homem, o Buda falou em versos:
Consciente da sua
própria tolice,
o tolo por isso é sábio.
Enquanto que o tolo, de fato tolo,
é o sábio presumido.
o tolo por isso é sábio.
Enquanto que o tolo, de fato tolo,
é o sábio presumido.
Ao fim do discurso, todos
os parentes daquele homem tornaram-se sotapannas.
Verso 64 – A história de Thera Udayi
Enquanto residia no monastério de Jetavana, o Buda
proferiu o verso 64 deste livro, com referência a Thera Udayi, um bhikkhu
pretensioso.
Thera Udayi costumava sentar-se na plataforma da qual
sábios theras discursavam. Em uma ocasião, alguns bhikkhus visitantes,
considerando-o um thera muito instruído, fizeram para ele algumas perguntas
sobre os cinco agregados (khandhas). Thera Udayi não pôde responder, porque ele
não sabia nada sobre o Dhamma. Os bhikkhus visitantes ficaram muito surpresos
ao descobrir que aquele que ficava no mesmo monastério com o Buda sabia muito
pouco sobre os khandhas e as ayatanas (bases dos sentidos e objetos dos
sentidos).
Para eles, o Buda falou em versos:
Mesmo que por toda
uma vida, o tolo
conviva com um sábio,
ele nunca compreenderá o Dhamma
tal como a colher não sente o sabor da sopa.
conviva com um sábio,
ele nunca compreenderá o Dhamma
tal como a colher não sente o sabor da sopa.
Ao fim do discurso, todos
os bhikkhus visitantes tornaram-se arahants.
Verso 65 – A história de trinta bhikkhus de Paveyyaka
Enquanto residia no mosteiro de Jetavana, o Buda
pronunciou o verso 65 deste livro, com referência a trinta bhikkhus de
Paveyyaka.
Trinta jovens de Paveyyaka estavam, em uma ocasião, se divertindo
com uma prostituta em uma floresta, quando a prostituta roubou alguns de seus
ornamentos valiosos e fugiu. Enquanto procuravam por ela na floresta, eles
encontraram o Buda no caminho. Quando o Buda lhes transmitiu um discurso, os
jovens alcançaram a Frutificação de Sotapatti, e todos se uniram à Ordem do
Buda e o seguiram até o monastério de Jetavana. Enquanto permaneciam no
mosteiro, observavam estritamente a prática de austeridade ou purificação
(dhutanga). Mais tarde, quando o Buda deu o Anamatagga Sutta (Discurso sobre Incontáveis
Existências), todos aqueles bhikkhus alcançaram o estado de arahant.
Quando outros bhikkhus comentaram que Paveyyaka bhikkhus foram
muito rápidos em alcançar o estado de arahant, o Buda respondeu a eles em versos:
Mesmo que por um
breve momento, o perspicaz
conviva com um sábio,
ele rapidamente compreenderá o Dhamma
tal como a língua sente o sabor da sopa.
conviva com um sábio,
ele rapidamente compreenderá o Dhamma
tal como a língua sente o sabor da sopa.
Verso 66 – A história de Suppabuddha, um leproso
Enquanto residia no mosteiro de Jetavana, o Buda proferiu
o verso 66 deste livro, com referência a Suppabuddha, um leproso.
Suppabuddha, o leproso, sentado na parte de trás da
multidão e ouvindo atentamente o discurso dado pelo Buda, alcançou a
Frutificação de Sotapatti. Quando a multidão se dispersou, ele seguiu o Buda
até o monastério, pois desejava dizer ao Buda sobre a obtenção da Frutificação
de Sotapatti. Sakka, rei dos devas, desejando testar a fé do leproso no Buda,
no Dhamma e na Sangha, apareceu para ele e disse: "Você é apenas um homem
pobre, vivendo daquilo que você consegue implorando, sem ninguém para confiar.
Eu posso dar-lhe imensa riqueza se você negar o Buda, o Dhamma e a Sangha e
disser que você não tem utilidade para eles." Para isso, Suppabuddha
respondeu. "Eu certamente não sou um homem pobre, sem ninguém para
confiar. Eu sou um homem rico; possuo os sete atributos que os ariyas possuem;
eu tenho fé (saddha), moralidade (sila), senso de vergonha de fazer o mal
(hiri), sensação de medo de fazer o mal (ottappa), aprendizagem (sula),
generosidade (caga) e conhecimento (panna).
Então, Sakka foi até o Buddha antes de Suppabuddha e
relatou a conversa entre ele e Suppabuddha. Para ele, o Buda respondeu que não
seria fácil, mesmo para cem ou mil Sakkas, tirar Suppabuddha do Buda, do
Dhamma e da Sangha. Logo depois disso, Suppabuddha chegou ao monastério e
relatou ao Buda sobre a realização da Frutificação de Sotapatti. Em seu caminho
de volta do monastério de Jetavana, Suppabuddha foi ferido até a morte por uma
vaca enfurecida, que, na verdade, era um ogro que assumiu a forma de uma vaca.
Este ogro não era outro senão a prostituta que foi morta por Suppabuddha em uma
de suas existências anteriores e que prometera se vingar dele.
Quando a notícia da morte de Suppadudha alcançou o monastério
de Jetavana, os bhikkhus perguntaram ao Buda onde Suppabuddha havia renascido e
o Buda respondeu a eles que Suppabuddha renasceu no reino de Tavatimsa. O Buda
também explicou a eles que Suppabuddha nasceu leproso porque, em uma de suas
existências anteriores, ele cuspiu em um paccekabuddha.
Então, o Buda falou em versos:
Tolos de pouca
sabedoria
são inimigos de si próprios,
já que vivem praticando ações prejudiciais,
que trarão frutos amargos.
são inimigos de si próprios,
já que vivem praticando ações prejudiciais,
que trarão frutos amargos.
Verso 67 – A história de um fazendeiro
Enquanto residia no mosteiro de Jetavana, o Buda proferiu
o verso 67 deste livro, com referência a um fazendeiro que lidava com veneno.
Um dia, alguns ladrões que roubaram alguns objetos de
valor e dinheiro da casa de um homem rico chegaram a um campo. Lá dividiram a
propriedade roubada entre si e se dispersaram; mas um pacote contendo mil em
dinheiro, tendo caído de um dos ladrões, foi deixado despercebido.
No início da manhã daquele dia, o Buda, ao examinar o
mundo com seu poder sobrenatural, percebeu que um fazendeiro, cultivando perto
daquele campo, alcançaria a Frutificação de Sotapatti naquele mesmo dia. Então,
o Buda foi para lá, acompanhado pelo Venerável Ananda. O fazendeiro ao ver o
Buda prestou reverência a ele e continuou a arar o campo. O Buda vendo o pacote
de dinheiro disse ao Venerável Ananda, "Ananda, olhe para aquela cobra
muito venenosa", e Ananda respondeu: "Venerável Senhor, sim, é, de
fato, uma cobra muito venenosa!" Então, tanto o Buda como o Venerável
Ananda continuaram seu caminho.
O fazendeiro, ouvindo-os, foi descobrir se realmente
havia uma cobra e encontrou o pacote de dinheiro. Ele pegou o piquete e o
escondeu em um lugar. Os donos da propriedade que vieram depois que os ladrões
chegaram ao campo, e rastreando as pegadas do fazendeiro, encontraram o pacote
de dinheiro. Eles espancaram o fazendeiro e o levaram para o rei, que ordenou
que seus homens matassem o fazendeiro. Ao ser levado ao cemitério, onde seria
morto, o fazendeiro continuava repetindo: "Ananda, olhe para aquela cobra
muito venenosa. Venerável senhor, vejo a cobra; é, de fato, uma cobra muito
venenosa!" Quando os homens do rei ouviram o diálogo acima entre o Buda e
o Venerável Ananda serem repetidos durante todo o tempo, ficaram intrigados e o
levaram para o rei. O rei supôs que o fazendeiro estava chamando o Buda como
testemunha; ele foi levado para a presença do Buda. Depois de ouvir do Buda
tudo o que havia acontecido de manhã, o rei observou: "Se ele não tivesse
sido capaz de invocar o Buda como testemunha de sua inocência, este homem teria
sido morto". Para ele, o Buda respondeu: "Um homem sábio não deve
fazer nada para se arrepender depois de fazê-lo".
Então, o Buda falou em versos:
Não é bem feita a
ação
da qual há remorso,
cujos resultados são sentidos
com o choro e o rosto marcado pelas lágrimas.
da qual há remorso,
cujos resultados são sentidos
com o choro e o rosto marcado pelas lágrimas.
Ao fim do discurso, o
fazendeiro alcançou o estágio de sotapanna.
Verso 68 – A história de Sumana, um florista
Um florista, chamado Sumana, tinha que suprir o Rei
Bimbisara de Rajagaha com flores de jasmin todas as manhãs. Um dia, quando ia
ao palácio do rei, viu o Buda, com uma auréola de raios de luz irradiando dele,
chegando à cidade em busca de comida, acompanhado de muitos bhikkhus. Vendo o
Buda em sua glória resplandecente, o florista Sumana sentiu um forte desejo de
oferecer suas flores ao Buda. Então, decidiu que, mesmo que o rei o expulsasse
do país ou o matasse, ele não ofereceria as flores ao rei naquele dia. Assim,
ele jogou as flores para os lados, para as costas e sobre e acima da cabeça do
Buda. As flores permaneciam suspensas no ar; aqueles sobre a cabeça formavam um
dossel de flores e aqueles nas costas e os lados formavam paredes de flores.
Essas flores seguiram o Buda nessa posição enquanto ele seguia em frente e
pararam quando o Buda parava. Enquanto o Buda prosseguia, cercado por muros de
flores e uma copa de flores, com os raios de seis cores irradiando de seu
corpo, seguidos por uma grande comitiva, milhares de pessoas dentro e fora de
Rajagaha saíram de suas casas para prestar reverência para o Buda. Quanto a
Sumana, todo o seu corpo estava impregnado de prazerosa satisfação (Piti).
A esposa do florista Sumana foi então ao rei e disse que
não tinha nada a ver com o fato de o marido não fornecer flores ao rei naquele
dia. O rei, sendo um próprio Sotapanna, sentiu-se bastante feliz com as flores.
Ele saiu para ver a visão maravilhosa e prestou reverência ao Buda. O rei
também aproveitou a oportunidade para oferecer comida para o Buda e seus
discípulos. Depois da refeição, o Buda retornou no monastério de Jetavana e o
rei o seguiu por alguma distância. Ao chegar ao palácio, o rei Bimbisara mandou
buscar Sumana e ofereceu-lhe uma recompensa de oito elefantes, oito cavalos,
oito escravos, oito escravas, oito donzelas e oito mil em dinheiro.
No mosteiro de Jetavana, o Venerável Ananda perguntou ao
Buda que benefícios Sumana ganharia por sua boa ação feita naquele dia. O Buda
respondeu que Sumana, tendo dado ao Buda sem qualquer consideração por sua
vida, não nasceria em nenhum dos quatro mundos inferiores (Apaya) pelos os
próximos cem mil mundos e que eventualmente ele se tornaria um paccekabuddha.
Depois disso, quando o Buda entrou no Salão Perfumado (Gandhakuti), as flores
caíram espontaneamente.
Naquela noite, ao fim do
rotineiro discurso, o Buda falou em versos:
Mas é bem feita a
ação
da qual não há remorso,
cujos resultados são sentidos
com alegria e felicidade.
da qual não há remorso,
cujos resultados são sentidos
com alegria e felicidade.
Verso 69 – A história de Theri Uppalavanna
Enquanto residia no mosteiro de Jetavana, o Buda proferiu
o verso 69 deste livro, com referência a Theri Uppalavanna.
Era uma vez uma filha jovem de um homem rico em Savatthi.
Por ser tão bonita, com uma aparência tão terna e doce, como uma flor de lótus
azul, ela era chamada de "Uppalavanna", a lótus azul. A fama de sua
beleza se espalhou por toda parte e havia muitos pretendentes: príncipes, homens
ricos e muitos outros. Mas ela decidiu que seria melhor para ela se tornar uma
bhikkhuni, um membro feminino da Ordem Budista. Um dia, depois de acender uma
lâmpada, ela manteve sua mente fixa na chama e, meditando no fogo kasina
(objeto de concentração), ela logo alcançou o Magga Insight e finalmente
alcançou o estado de arahant.
Algum tempo depois, ela se mudou para a “Floresta Negra”
(Andhavana) e viveu em solidão. Enquanto Theri Uppalavanna estava em sua
esmola, Nanda, o filho de seu tio, foi até seu mosteiro e se escondeu embaixo
de seu sofá. Nanda havia se apaixonado por Uppalavanna antes de se tornar uma
bhikkhuni; sua intenção obviamente era levá-la à força. Quando Uppalavanna
retornou, ela viu Nanda e disse: "Seu tolo! Não me faça mal, não me
moleste". Mas ele não seria parado. Depois de se satisfazer, ele a deixou.
Assim que ele pisou no chão, a terra se abriu e ele foi engolido.
A ouvir sobre isso, o Buda falou em versos:
Quando a ação
prejudicial ainda não frutificou
o tolo pensa que ela é doce como o mel,
mas quando ela frutificar,
o tolo irá sofrer.
o tolo pensa que ela é doce como o mel,
mas quando ela frutificar,
o tolo irá sofrer.
Ao fim do discurso,
muitos tornaram-se arahants.
Em seguida, o Buda dirigiu-se para o rei Pasenadi de
Kosala e contou-lhe sobre os perigos que as bhikkhunis que vivem nas florestas
tinham que enfrentar de pessoas irresponsáveis obcecadas por sexo. O rei então
prometeu construir mosteiros para bhikkhunis apenas nas cidades ou perto das
cidades.
Verso 70 – A história
de Jambuka
Enquanto residia no monastério de Jetavana, o Buda
proferiu o verso 70 deste livro, com referência ao Thera Jambuka.
Jambuka era filho de um homem rico em Savatthi. Devido
aos seus maus feitos do passado, ele nasceu com hábitos muito peculiares.
Quando criança, ele queria dormir no chão sem a cama adequada, e tomar seus
próprios excrementos para comer em vez de arroz. Quando ele cresceu, seus pais
o enviaram para os Ajivakas, os ascetas nus. Quando esses ascetas descobriram
seus hábitos alimentares peculiares, eles o mandaram embora. À noite ele comia
excrementos humanos e durante o dia ficava parado com uma perna e mantinha a
boca aberta. Ele costumava dizer que ele mantinha a boca aberta porque ele só se
alimentava de ar e que ficava em pé apenas com uma perna, porque de outra forma
seria pesado demais para a terra suportá-lo. "Eu nunca me sento, nunca vou
dormir", ele se gabava e, por causa disso, era conhecido como Jambuka, um
"chacal".
Muitas pessoas acreditavam nele e algumas chegavam a ele
com oferendas de comida. Então Jambuka recusava e dizia: "Eu não me alimento
de comida, exceto de ar". Quando pressionado, ele pegava apenas um
pouquinho da comida com a ponta de uma folha de grama e dizia: "Agora vá,
esse tanto lhe dará mérito suficiente". Desta forma, Jambuka viveu por
cinquenta e cinco anos, nu e comendo apenas excrementos.
Um dia, o Buda viu em sua visão que Jambuka estava
prestes a atingir o estado de arahant dentro de um curto período de tempo.
Então, à noite, o Buda foi para onde Jambuka estava hospedado e pediu um lugar
para passar a noite. Jambuka apontou para ele uma caverna na montanha não muito
longe da laje de pedra em que ele próprio estava hospedado. Durante a primeira,
segunda e terceira vigília da noite, os devas de Catumaharajika, Sakka e
Mahabrahma vieram homenagear o Buda. Em todas as três ocasiões, a floresta foi
iluminada e Jambuka viu a luz três vezes. De manhã, ele foi até o Buda e
perguntou sobre as luzes.
Quando foi informado sobre os devas, Sakka e Mahabrahma
que vinham prestar homenagem ao Buda, Jambuka ficou muito impressionado, e
disse ao Buda: "Você deve, de fato, ser uma pessoa maravilhosamente grande
para os devas, Sakka e Mahabrahma virem. Quanto a mim, embora eu tenha
praticado austeramente por cinquenta e cinco anos, vivendo apenas de ar e
ficando de pé apenas em uma perna, nenhum dos devas, nem Sakka, nem Mahabrahma
jamais me procurou". Para ele, o Buda respondeu: "Ó Jambuka! Você tem
enganado outras pessoas, mas não pode me enganar. Sei que há cinquenta e cinco
anos você tem comido excrementos e dormido no chão".
Além disso, o Buda explicou a ele como em uma de suas
existências passadas durante o tempo do Buda Kassapa, Jambuka impediu que um
thera fosse com ele para a casa de um discípulo leigo onde a comida era
oferecida e como ele também tinha jogado fora a comida que foi enviada junto
com ele para aquele thera. Foi por essas maldades que Jambuka comeu excrementos
e dormiu no chão. Ao ouvir isso, Jambuka ficou horrorizado e aterrorizado, e se
arrependeu por ter feito o mal e por ter enganado outras pessoas. Ele caiu de
joelhos e o Buda lhe deu um pedaço de pano para vestir. O Buda então começou a
fazer um discurso; no final do discurso, Jambuka alcançou o estado de arahant e
se juntou à Ordem Budista no local.
Logo depois disso, os alunos de Jambuka de Anga e Magadha
chegaram e ficaram surpresos ao ver seu professor com o Buda. Thera Jambuka
então explicou aos seus alunos que ele havia se juntado à Ordem Budista e que
agora ele era apenas um discípulo do Buda. Para eles, o Buda disse que, embora
seu professor tivesse vivido austeramente tomando comida com parcimônia, não
valia nem uma décima sexta parte de sua prática e realização atual.
Então o Buda falou em versos:
Mês após mês, com a
ponta do capim
o tolo ingere o seu alimento;
Ele não vale um dezesseis avos
daqueles que compreendem o Dhamma.
o tolo ingere o seu alimento;
Ele não vale um dezesseis avos
daqueles que compreendem o Dhamma.
Verso 71 – A história
de Ahipeta
Enquanto residia no Monastério de Jetavana, o Buda
proferiu os versos 71 deste livro, com referência a um peta (fantasma faminto).
O Discípulo-chefe Maha Moggallana foi em uma ocasião esmolar
com o Thera Lakkhana em Rajagaha. Ao ver algo, ele sorriu, mas não disse nada.
Quando estavam de volta ao mosnastério, Thera Maha Moggallana disse a Thera
Lakkhana que ele sorriu porque viu um fantasma faminto com a cabeça de ser
humano e o corpo de cobra. O Buda então disse que ele mesmo havia visto aquele fantasma
faminto no dia em que alcançou o estado de Buda. O Buda também explicou que, há
muito tempo atrás, havia um paccekabuddha, que era respeitado por muitos. As
pessoas que iam ao monastério tinham que atravessar um campo. O dono, temendo
que seu campo fosse danificado pela grande quantidade de pessoas indo e
voltando do mosteiro, ateou fogo nele. Consequentemente, o paccekabuddha teve
que se mudar para algum outro lugar. Os discípulos do paccekabuddha, muito
zangados com o dono da terra, espancaram-no e mataram-no. Em sua morte, ele
renasceu no Avici Niraya. Em sua presente existência, ele estava experienciando
as consequências maléficas (kamma) como um fantasma faminto.
Em conclusão, o Buda
disse: "Um ato maligno não produz
fruto imediatamente, mas invariavelmente segue o malfeitor. Não há como escapar
das consequências de um ato maligno."
Então o Buda falou em versos:
Igual ao leite, é a
ação prejudicial,
que tão lentamente azeda.
Mas latente permanece no tolo,
como as brasas cobertas por cinzas.
que tão lentamente azeda.
Mas latente permanece no tolo,
como as brasas cobertas por cinzas.
Verso 72 – A hitória de Satthikutapeta
Enquanto residia no mosteiro de Veluvana, o Buda proferiu
o verso 72 deste livro com referência a um fantasma faminto chamado
Satthikutapeta.
O Discípulo-chefe Maha Moggallana viu este enorme fantasma
faminto enquanto fazia uma esmola com Thera Lakkhana. Neste contexto, o Buda
explicou que Satthikutapeta, em uma de suas existências anteriores, era muito
habilidoso em atirar pedras nas coisas. Um dia, ele pediu permissão de seu
professor para testar sua habilidade. Seu professor lhe disse para não bater em
uma vaca, ou em um ser humano, pois teria que pagar uma indenização ao dono ou
ao parente, mas para encontrar um alvo que fosse sem dono ou sem guardião.
Ao ver o paccekabuddha, o tolo pensou que o
paccekabuddha, não tendo nenhum parente ou guardião, seria um alvo ideal. Então
ele jogou uma pedra no paccekabuddha que estava em uma ronda de esmolas. A
pedra por uma orelha e saiu por outra. O paccekabuddha ficou caduco quando
chegou ao monastério. O atirador de pedras foi morto pelos discípulos do
paccekabuddha e ele renasceu no Avici Niraya. Depois disso, ele renasceu como
um fantasma faminto e desde então experienciava o que restou das consequências
maléficas (kamma) de seu ato maligno. Como um fantasma faminto, sua enorme
cabeça estava sendo continuamente atingida por martelos em brasa.
Em conclusão, o Buda disse: "Para um tolo, sua habilidade ou conhecimento é inútil; só pode
prejudicá-lo".
Então o Buda falou em versos:
Deveras em seu
detrimento
o tolo obtém conhecimentos;
o seu bom caráter arruinado
as suas boas qualidades destruídas.
Versos 73 e 74 – A história de Citta, o chefe de família
Enquanto residia no mosteiro de Jetavana, o Buda proferiu
os verosos 73 e 74 deste livro, com referência ao Thera Sudhamma e a Citta, o
chefe de família.
Citta, um chefe de família, certa vez encontrou Thera
Mahanama, um dos cinco primeiros bhikkhus (Pancavaggis), fazendo uma esmola, e o
convidou para sua casa. Lá, ele ofereceu comida ao thera e depois de escutar o
discurso dado por ele, Citta alcançou a Frutificação de Sotapatti. Mais tarde,
Citta construiu um mosteiro em seu bosque de mangueiras. Lá, ele olhou para as
necessidades de todos os bhikkhus que vieram ao mosteiro e Bhikkhu Sudhamma foi
nomeado o bhikkhu residente.
Um dia, os dois Discípulos Principais do Buda, o
Venerável Sariputta e o Venerável Maha Moggallana, chegaram ao mosteiro e
depois de ouvir o discurso dado pelo Venerável Sariputta, Citta alcançou a
Fruição de Anagami. Então, ele convidou os dois Discípulos-Chefes para a casa
dele para esmolar alimentos no dia seguinte. Ele também convidou Thera
Sudhamma, mas Thera Sudhamma recusou com raiva e disse: "Você me convida
apenas depois dos outros dois." Citta repetiu seu convite, mas foi
recusado. No entanto, Thera Sudhamma foi para a casa de Citta no dia seguinte.
Mas quando convidado a entrar na casa, Thera Sudhamma se recusou e disse que
não se sentaria enquanto fazia a esmola. Mas quando ele viu as coisas que
deveriam ser oferecidas aos dois Discípulos-Chefes, ele os invejou tanto que
não conseguiu conter sua raiva. Ele abusou de Citta e disse: "Eu não quero
mais ficar no seu mosteiro", e saiu de casa com raiva.
De lá, ele foi ao Buda e relatou tudo o que havia
acontecido. Para ele, o Buda disse: "Você insultou um discípulo leigo que
é dotado de fé e generosidade. É melhor voltar para ele e admitir seu
erro". Sudhamma fez o que lhe foi dito pelo Buda, mas Citta não seria
apaziguado; então ele retornou ao Buda pela segunda vez. O Buda, sabendo que o
orgulho de Sudhamma havia diminuído a essa altura, disse: "Meu filho, um bom bhikkhu não deve ter
nenhum apego; um bom bhikkhu não deve ser vaidoso e dizer" Este é meu
mosteiro, esse é o meu lugar, esses são meus discípulos leigos, etc., pois em alguém
com tais pensamentos, a cobiça e o orgulho aumentarão.”
Então o Buda falou em versos:
Proeminência um tolo
pode desejar:
precedência entre os bhikkhus,
autoridade nos monastérios
e honras de outras famílias.
Que os leigos e
bhikkhus pensem
'Isso foi feito por mim,
em todas tarefas, grandes ou pequenas,
que eles sempre dependam de mim.'
Essa é a intenção do tolo;
inchadas a sua cobiça e presunção.
Verso 75 – A história
do noviço Tissa do Monastério de Floresta
Enquanto residia no mosteiro de Jetavana, o Buda proferiu
o verso 75 deste livro, com referência a Tissa, um noviço, que morava em um monastério
na floresta.
Tissa era o filho de um homem rico de Savatthi. Seu pai
costumava oferecer esmolas para o Discípulo Chefe Sariputta em sua casa e,
assim, Tissa, mesmo quando criança, encontrava o Discípulo Chefe em muitas
ocasiões. Aos sete anos de idade tornou-se um noviço (samanera) sob o Discípulo
Chefe Sariputta. Enquanto ele estava hospedado no mosteiro de Jetavana, muitos
de seus amigos e parentes vieram vê-lo, trazendo presentes e ofertas. Os
samaneras acharam essas visitas muito cansativas; então, depois de obter um
assunto de meditação do Buda, ele partiu para um mosteiro na floresta. Sempre
que um aldeão lhe oferecia qualquer coisa, Tissa apenas dizia: "Que você
seja feliz, que você seja libertado dos males da vida" ("Sukhita
hotha, dukkha muccatha"), e seguiria seu próprio caminho. Enquanto ele
permaneceu no mosteiro da floresta, praticou meditação com ardor e fervor e, ao
final de três meses, alcançou a Iluminação.
Depois da vassa, o Venerável Sariputta, acompanhado pelo
Venerável Maha Moggallana e outros discípulos veteranos, fez uma visita ao
Samanera Tissa, com a permissão do Buda. Todos os moradores saíram para receber
o venerável Sariputta e sua companhia de quatro mil bhikkhus. Eles também
pediram ao Venerável Sariputta que os favorecesse com um discurso, mas o
Discípulo Chefe recusou; em vez disso, ele orientou seu pupilo Tissa para dar
um discurso aos aldeões. Os aldeões, no entanto, disseram que Tissa apenas dizia
"Que você seja feliz, que você seja libertado dos males da vida", e
pediu ao Discípulo Chefe para designar outro bhikkhu em seu lugar. Mas o
Venerável Sariputta insistiu que Tissa deveria fazer um discurso sobre o
Dhamma, e disse a Tissa: "Tissa, fale com eles sobre o Dhamma e mostre a
eles como ganhar felicidade e como se libertar dos males da vida."
Assim, em obediência ao seu professor, Samanera Tissa
subiu a plataforma para entregar seu discurso. Ele explicou à audiência o
significado dos agregados (khandhas), bases sensoriais e objetos dos sentidos
(ayatanas), elementos da perpetuação do Ensinamento (Bodhipakkhiya Dhamma), o
Caminho que conduz a Nibbana, etc. Finalmente ele concluiu, "E assim,
aqueles que alcançam o estado de arahats são liberados de todos os males da vida
e têm a Paz Perfeita; todo o resto ainda vagará no ciclo de renascimentos
(samsara).
O venerável Sariputta elogiou Tissa por ter exposto o
dhamma tão bem. O amanhecer estava se aproximando quando ele terminou sua
exposição, e todos os moradores ficaram muito impressionados. Alguns deles
ficaram surpresos com o fato do Samanera Tissa conhecer o Dhamma tão bem, mas
eles também estavam insatisfeitos com ele porque antigamente ele havia falado
tão pouco sobre o dhamma para eles; os outros estavam felizes e contentes em
encontrar a samanera tão sábio e perceberam que tiveram muita sorte de tê-lo
entre eles.
O Buda, com seu poder sobrenatural, viu do mosteiro de
Jetavana esses dois grupos de aldeões e apareceu diante deles. Sua intenção de
chegar à aldeia foi esclarecer o mal-entendido entre o primeiro grupo de
moradores. O Buda chegou enquanto os aldeões estavam preparando comida para os
bhikkhus. Então, eles tiveram a oportunidade de oferecer comida para o Buda
também. Após a refeição, o Buda se dirigiu aos aldeões: "Ó discípulos leigos, todos vocês têm tanta
sorte de ter Samanera Tissa entre vocês. É por causa de sua presença aqui que
eu mesmo, meus Discípulos Principais, discípulos seniores e muitos outros
bhikkhus, agora te fazem uma visita." Essas palavras fizeram com que
percebessem o quanto eram afortunados por terem Samanera Tissa com eles e ficaram
satisfeitos. O Buda então fez um discurso aos aldeões e aos bhikkhus e, consequentemente,
muitos deles alcançaram a Frutificação de Sotapatti.
Depois do discurso, o Buda retornou ao mosteiro de
Jetavana. À noite, os bhikkhus disseram em louvor a Tissa ao Buda:
"Venerável Senhor, Samanera Tissa tinha realizado uma tarefa muito
difícil; ele estava tão bem provido de presentes e ofertas de todos os tipos
aqui em Savatthi, mas ele desistiu de todos estes para ir e viver austeramente
em um mosteiro da floresta". Para eles, o Buda respondeu: "Bhikkhus, um bhikkhu, seja na cidade ou na
aldeia, não deve viver por causa de presentes e ofertas, se um bhikkhu renuncia
a todas as boas perspectivas ou ganhos mundanos e pratica diligentemente o
dhamma em solidão, ele certamente tornará-se um arahant.”
Então o Buda falou em versos:
Uma é a busca pelo
ganho mundano,
outra o caminho que leva a Nibbana.
Claramente compreendendo isto,
o bhikkhu, discípulo do Buda,
não se lambuza com as oferendas recebidas,
entregando-se, ao invés disso, ao afastamento.
outra o caminho que leva a Nibbana.
Claramente compreendendo isto,
o bhikkhu, discípulo do Buda,
não se lambuza com as oferendas recebidas,
entregando-se, ao invés disso, ao afastamento.
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