Mais um caso de violência envolvendo religião

Infelizmente o que eu venho dizendo há muito tempo está ficando cada vez mais comum. A intolerância religiosa, por parte principalmente de membros de igrejas neo-pentecostais, a cada dia cresce mais. Antes os ataques a pessoas de ideologias religiosas diferentes era basicamente na base do insulto e preconceito velado, agora estão usando a violência física.
Esta nota de repúdio que transcrevo abaixo foi feita pela Casa de Oxumarê e postada em sua página no Facebook,  após um caso de agressão por intolerância religiosa em uma escola de Curitiba. A garotas Agnes, participante do Candomblé, foi agredida na escola por seus colegas de sala, devido a ela, nas palavras deles, ser "macumbeira."
Agnes, nós budistas estamos do seu lado e não aceitamos tais atitudes vindas de imbecis que nem merecem serem chamados de humanos. 

Link da matéria. 


Nota de Repúdio

A Casa de Oxumarê repudia com veemência os ataques lançados contra todos aqueles que professam sua fé através das religiões tradicionais de matrizes africanas.
Não bastasse todos os recentes casos de ataques às comunidades de terreiros e, também, aos filhos-de-santo, a intolerância religiosa fez mais uma vítima.
Desta vez, uma garotinha chamada Agnes (de Iyewa), ao ter fotos em que aparece ao lado de sua mãe e uma Iyalorixá publicadas em seu perfil no Facebook, foi agredida verbalmente e fisicamente por colgas de escola.
Imediatamente ao dia seguinte da publicação das fotos seus colegas de sala passaram a ofendê-la dizendo que ela era “macumbeira” e que servia ao “diabo” e que gente assim “não presta”. Ao fim da aula uma aluna disse à algumas colegas que chutaria a Agnes fazendo jus à expressão “chuta que é macumba”.
E foi o que ocorreu. A menina teve de ser conduzida ao hospital em razão das escoriações provocadas pelos pontapés que lhe foram desferidos. O que culminou, ainda, em registro de Boletim de Ocorrência lavrado na Delegacia de Polícia.
Um absurdo!!
Casos como esse devem ser rechaçados com o máximo vigor!
Assim, a Casa de Oxumarê, na sua histórica e incansável luta contra a intolerância religiosa se solidariza com o sofrimento experimentado pela menina Agnes e, sobretudo, REPUDIA veementemente tais atos de intolerância religiosa.
Da mesma maneira, se coloca à disposição da garota Agnes e de toda sua família, no sentido de orientação, para que se tenha uma apuração séria e comprometida das autoridades competentes, de modo que essa e outras agressões sofridas pelos povos de comunidades de terreiro sejam investigadas, processadas e julgadas à luz da Lei, como forma de coibir novos ataques.

  
 ***


E para aqueles que ainda assim acham que os agressores têm razão:


Art. 5º, IV da Constituição Federal: é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
 VI: é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgia;
VIII: ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
IX:é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
Art.220.A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.

Declaração Universal dos Direitos do Homem: Artigo 18° Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos.
Artigo 19° Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e idéias por qualquer meio de expressão.



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