Postagens

Mostrando postagens de julho, 2015

O Asalha Puja

Imagem
O dia 31 de Julho é uma data especial no Budismo, em especial no Theravada.  Trata-se do Asalha Puja, que celebra o primeiro discurso estruturado que o Buda proferiu após a sua iluminação e é comemorado na lua cheia de Julho (a lua cheia do oitavo mês lunar do calendário indiano). A este discurso dá-se o nome de ' Dhammacakkappavattana sutta ' e foi com ele que 'a roda do Dhamma foi posta em movimento'.  Contém a essência do ensinamento subsequente do Buda, abordando as 'Quatro Nobres Verdades'.  Foi no final deste discurso, após Kondanno (um dos colegas de ascetismo de Shakyamuni) o ter compreendido totalmente, que  se deu início à ordem monástica budista.  Este dia também é conhecido como Dia do Dhamma e é uma oportunidade de aprofundar os ensinamentos do Buda.  Marca também o início do vassa (retiro das chuvas).  O vassa começa no dia a seguir à lua cheia do oitavo mês lunar do calendário budista, o que normalmente coincide com o mês de Julho. 

Palestras do Ajahn Mudito

Imagem
Gosto muito das palestras proferidas pelo Ajahn Mudito, um monge theravada brasileiro. Sempre sincero e com palavras muitas vezes fortes e diretas ao ponto, Mudito ensina o Dhamma com aquele belo tempeiro brasileiro. Nestes videos ele trata de dois temas muito atuais e recorrentes no nosso dia-a-dia. O primeiro tema é "Lidando com conflitos em tempos de Facebook" e o segundo tema é "Por que as pessoas são tão estranhas?".  Recomendo!!! 

O método básico de meditação - Parte 3

A primeira e segunda parte descrevem os quatro primeiros estágios (tal como eu os classifico) da meditação. Estes são: 1. Atenção no momento presente. 2. Atenção silenciosa no momento presente. 3. Atenção silenciosa na respiração no momento presente. 4. Plena atenção ininterrupta na respiração. Cada um desses estágios tem que estar bem desenvolvido antes de avançar para o estágio seguinte. Quando a pessoa tem pressa de passar por esses “estágios de desapego” os estados mais elevados se tornarão inalcançáveis. É como construir um edifício alto com fundações inadequadas. O primeiro andar é construído com rapidez e da mesma forma o segundo e o terceiro andares. E assim, quando o quarto andar é adicionado, a estrutura começa a balançar um pouco. E quando eles tentam adicionar o quinto andar, o edifício desaba. Portanto, por favor, gaste bastante tempo nesses primeiros quatro estágios iniciais, faça com que todos eles tenham firmeza e estabilidade, antes de prosseguir para o

O método básico de meditação - Parte 2

Na primeira parte deste artigo tripartido, esbocei o objetivo desta meditação que é o silêncio sublime, a tranqüilidade e a clareza mental, repleto do mais profundo insight. Depois, indiquei o tema fundamental que corre como um fio contínuo ao longo de toda a meditação, que é o abandono dos fardos materiais e mentais. Por fim, na primeira parte descrevi de modo extenso a prática que conduz àquilo que chamo de primeiro estágio nesta meditação, e esse primeiro estágio é alcançado quando o meditador permanece confortavelmente no momento presente por períodos de tempo longos e ininterruptos. Tal como escrevi no artigo anterior “A realidade do agora é magnífica e impressionante ... Ao chegar até aqui, você realizou muito. Você abandonou o primeiro fardo que impede a meditação profunda.” Mas tendo alcançado tanto, você deveria ir mais além, até o ainda mais sublime e verdadeiro silêncio da mente. Neste ponto é importante esclarecer a diferença entre a atenção silenciosa no presente moment

O método básico de meditação - Parte 1

Imagem
Texto de Ajaan Brahmavamso Meditação é o processo para lograr o desapego. Na meditação renunciamos ao complexo mundo exterior para atingir o sereno mundo interior. Em todos os tipos de misticismo e em muitas tradições, este processo é conhecido como o caminho para a mente pura e poderosa. Experimentar essa mente pura, libertada do mundo, é algo maravilhoso e bem-aventurado. Durante este retiro de meditação haverá um certo trabalho duro no começo, mas estejam preparados para suportá-lo, sabendo que ele fará com que vocês experimentem estados muito belos e significativos. Eles valerão o esforço! É uma lei da natureza que sem esforço não há progresso. Quer sejamos leigos ou monges, sem esforço não se alcança nada, na meditação ou em qualquer outra coisa. Porém, só o esforço não é suficiente. O esforço tem que contar com a habilidade. E isto significa dirigir a sua energia exatamente para o lugar certo e sustentá-la ali até que a tarefa esteja concluída. O esforço com habili

Origem dependente. Apêndice - Parte final

Imagem
Uma nota sobre como interpretar o princípio da Origem Dependente Foi mencionado antes que no comentário do Abhidhamma Pitaka, (Sammohavinodani), o princípio da Origem Dependente é mostrado ocorrendo de forma completa durante um momento mental. Este ponto merece ser reiterado porque o estudo moderno dos ensinamentos (pelo menos nos círculos acadêmicos tradicionais) interpreta a sua ocorrência de uma forma completa com base na duração de uma vida para outra. Como conseqüência, quando existe qualquer intento de interpretar o ciclo da Origem Dependente como sendo um processo que ocorre na vida diária, aqueles que se agarram a uma interpretação mais limitada querem descartá-lo como sem fundamento ou em contradição com as escrituras. Portanto, visando o conforto mútuo e a paz de espírito, incluí esta referência para mostrar que essa interpretação não está desprovida de fundamento nas escrituras. Na verdade, vale a pena observar que o que existe de evidência para essa interpretação é p

Origem dependente. Rompendo o ciclo - Parte 9

Imagem
O ensinamento sobre a Origem Dependente faz parte daquilo que é conhecido como o Ensinamento do Meio, (majjhena-dhammadesana). Ele é ensinado como uma verdade natural, impessoal, uma descrição da natureza das coisas tal como elas são, evitando as teorias extremas ou idéias preconceituosas que os seres humanos costumam criar como resultado das suas percepções distorcidas do mundo, dos seus apegos e desejos. O ciclo da Origem Dependente que descreve a problemática do sofrimento humano ocorre em duas partes: a primeira parte, chamada samudayavara, (modo de origem), é uma descrição do surgimento do sofrimento que corresponde à segunda Nobre Verdade, a causa do sofrimento; a segunda parte, chamadanirodhavara, (modo de cessação), é uma descrição da cessação do sofrimento que corresponde à terceira Nobre Verdade. Em essência, então, o Ensinamento do Meio [ 23 ] descreve dois processos: 1. Samudaya : O modo de origem do ciclo da Origem Dependente: ignorância => formações volitivas